Desaceleração do degelo no Ártico surpreende cientistas

Desaceleração do degelo no Ártico surpreende cientistas

 Pesquisadores relatam que a variação climática natural causou uma pausa no ritmo do derretimento, mas alertam que é um alívio temporário e o aquecimento global continua a ser uma ameaça.

     Divulgação/Marinha do Brasil/Direitos Reservados



Cientistas foram surpreendidos por uma desaceleração do degelo no Ártico nos últimos 20 anos. Segundo uma nova pesquisa, não houve um declínio estatisticamente significativo na extensão do gelo marinho desde 2005. A descoberta é notável, pois as emissões de carbono e o aquecimento global continuaram a aumentar nesse período. A razão provável para esse fenômeno são as variações naturais nas correntes oceânicas, que limitaram o derretimento.

Os pesquisadores alertam que essa pausa é apenas um alívio temporário. Eles preveem que o derretimento do gelo marinho retornará em cerca do dobro da taxa anterior nos próximos cinco a dez anos. O professor Mark England, da Universidade da Califórnia, em Irvine, afirmou que a variabilidade natural deu “um pouco mais de tempo”, mas que a crise climática permanece real e a necessidade de ação urgente é inalterada.

Ameaça continua e volume de gelo diminui

A desaceleração não significa que o gelo marinho do Ártico esteja se recuperando. A área de gelo em setembro, quando o mínimo anual é atingido, caiu pela metade desde 1979, ano em que as medições por satélite começaram. A investigação, publicada na revista Geophysical Research Letters, utilizou dois conjuntos de dados e confirmou a desaceleração em todos os meses. Os cientistas reforçam que o fenômeno é resultado de uma variação natural que ocorre de tempos em tempos.

Além disso, o professor Andrew Shepherd, da Universidade de Northumbria, destaca que o volume de gelo continua a diminuir, mesmo com a área se mantendo. Segundo ele, desde 2010 a espessura média do gelo em outubro caiu 0,6 cm por ano. Os especialistas alertam que a desaceleração não deve ser usada por negacionistas para minar a ciência das mudanças climáticas, pois os dados mostram que a tendência de longo prazo de perda de gelo segue em curso.


Por Cristina Sambado - Repórter da RTP - 20

da redação FM

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