Senado aprova isenção de tributos para quem doar medicamentos

Senado aprova isenção de tributos para quem doar medicamentos

 Projeto de Lei 4719/2020 segue para a Câmara dos Deputados após ser ampliado para beneficiar União, hospitais filantrópicos e organizações sociais, desonerando PIS, Cofins e IPI.


O Senado Federal aprovou nesta terça-feira (21) o Projeto de Lei (PL) 4719/2020, que estabelece a isenção do pagamento de diversos tributos sobre a doação de medicamentos. O texto, que busca reduzir o desperdício e ampliar o acesso a fármacos, agora segue para a Câmara dos Deputados para análise.

A medida isenta as doações dos pagamentos de PIS/Pasep, Cofins e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Beneficiários e Requisitos para a Doação

O rol de entidades que podem receber as doações e se beneficiar da isenção foi ampliado por uma emenda aprovada no Senado. Agora, além da União, estados, Distrito Federal, municípios, santas casas de misericórdia e a Cruz Vermelha Brasileira, as seguintes organizações também estão incluídas:

Entidades beneficentes da assistência social;

Organizações Sociais;

Organizações da Sociedade Civil;

Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.

O projeto estabelece critérios rígidos para a doação: os medicamentos devem ter, no mínimo, seis meses de validade e não podem ter finalidade lucrativa, devendo ser usados exclusivamente em atividades assistenciais. As doações para pessoas físicas estão vetadas.

O controle e a fiscalização das doações serão feitos pela Secretaria Especial da Receita Federal, do Ministério da Fazenda, por meio de regulamento a ser editado.

Impacto Social e Ambiental

O relator do projeto na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), senador Fernando Farias (MDB-AL), destacou os benefícios ambientais e sociais da aprovação.

Segundo o Conselho Federal de Farmácia, cerca de 14 mil toneladas de medicamentos deixam de ser usadas e são descartadas anualmente no Brasil, muitas vezes de forma inadequada. Farias ressaltou que esse descarte gera um passivo ambiental com risco de contaminação de solos e rios.

Ao prever que os medicamentos só poderão ser doados quando houver prazo remanescente de validade, o PL garante a segurança para as populações vulneráveis, ao mesmo tempo em que se torna um instrumento de política pública para reduzir desperdícios e fortalecer a assistência farmacêutica.

Por Luciano Nascimento - repórter da Agência Brasil

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