Presidente enfatiza potencial nacional em biocombustíveis, minerais críticos e preservação das florestas tropicais |
Porto Velho, Rondônia - Em discurso no Fórum Empresarial Brasil–Indonésia, realizado em Jacarta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou o papel estratégico do Brasil na transição energética global e na construção de uma economia sustentável, destacando os avanços do país em biocombustíveis, minerais críticos e proteção das florestas tropicais.
O encontro reuniu mais de 100 empresários e autoridades dos dois países e antecede a COP30, que será sediada em Belém (PA). Segundo o presidente, a combinação de estabilidade fiscal, política e ambiental faz do Brasil um destino atrativo para investimentos internacionais.
“O Brasil faz questão de oferecer estabilidade e previsibilidade a todo e qualquer investidor”, afirmou Lula.
Transição energética e minerais críticos
Lula destacou que o Brasil possui 10% das reservas mundiais de minerais críticos, essenciais à transição energética, e que apenas 30% do território nacional foi devidamente mapeado. O presidente anunciou ainda a criação de um Conselho Nacional de Minerais Críticos, vinculado à Presidência, com o objetivo de agregar valor à produção mineral e fortalecer a soberania nacional.
“Não queremos ser meros exportadores de commodities. Queremos gerar valor em nosso território, com responsabilidade ambiental e respeito às comunidades locais”, afirmou.
Parceria em biocombustíveis
Ao lado do presidente indonésio Prabowo Subianto, Lula defendeu uma aliança estratégica entre Brasil e Indonésia para liderar o mercado global de biocombustíveis, reforçando que o etanol é uma alternativa imediata e viável à descarbonização do setor marítimo.
“O Brasil não quer apenas vender. Queremos uma parceria equilibrada e mutuamente benéfica”, disse Lula.
Proteção das florestas
O presidente também destacou a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que será lançado durante a COP30. O Brasil já depositou US$ 1 bilhão no fundo, que pretende financiar a proteção das florestas tropicais e a biodiversidade, reduzindo a dependência de doações internacionais.
“Vamos mostrar que é possível promover desenvolvimento, enfrentar a mudança climática e proteger nossas florestas”, afirmou.
Comércio e diplomacia
O Lula reforçou o compromisso do Brasil em ampliar as relações comerciais com os países do Sudeste Asiático e avançar nas negociações entre o Mercosul e a Indonésia, após o recente acordo firmado com Singapura.
A Indonésia é hoje um dos principais parceiros comerciais do Brasil na Ásia, com intercâmbio bilateral de US$ 6,3 bilhões em 2024 — um aumento de 12 vezes desde 2002. O país é o 16º destino das exportações brasileiras e o 5º no agronegócio, com destaque para soja e açúcar.
Contexto da visita
A viagem de Lula à Indonésia marca a primeira visita de um chefe de Estado brasileiro ao país desde 2008 e integra uma agenda oficial no Sudeste Asiático, que inclui compromissos na Malásia e participação na 47ª Cúpula da ASEAN, entre os dias 26 e 28 de outubro, em Kuala Lumpur.
A assessoria de Comunicação Agência Gov / Planalto
da redação FM
