Maxar Technologies/EFE/EPA
Porto Velho, Rondônia - O Ministério das Relações Exteriores do Irã informou nesta quarta-feira (25) que diversas instalações nucleares do país sofreram danos significativos em decorrência dos ataques aéreos promovidos pelos Estados Unidos no último final de semana. A ofensiva ocorreu durante o auge do confronto indireto entre Irã e Israel, marcado por intensas trocas de mísseis e escalada diplomática.
Segundo o porta-voz da chancelaria iraniana, Esmail Baghaei, “nossas instalações nucleares foram gravemente danificadas, isso é certo”. No entanto, o representante do governo iraniano não especificou quais unidades teriam sido atingidas, tampouco mencionou a possibilidade de vazamento de material radioativo.
Alvos estratégicos atingidos
Fontes internacionais indicam que os ataques aéreos norte-americanos tiveram como alvos três locais nucleares estratégicos: Fordow, Natanz e Isfahan. Estas instalações são consideradas pilares do programa nuclear iraniano, que, há anos, é alvo de críticas e monitoramento internacional. Em resposta, o Irã lançou mísseis balísticos contra uma base militar dos Estados Unidos no Catar, na última segunda-feira (23).
Ruptura com a Agência de Energia Atômica
O governo iraniano também anunciou nesta quarta a suspensão de sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), braço da Organização das Nações Unidas (ONU) responsável pela fiscalização de atividades nucleares em todo o mundo. Teerã acusou o órgão de viés político pró-Israel e omissão diante dos ataques sofridos durante o conflito.
Divergência nas versões sobre os danos
Apesar das declarações do governo iraniano, os Estados Unidos sustentam que os ataques foram altamente eficazes. O presidente Donald Trump afirmou que as estruturas foram “completamente destruídas” e que o programa nuclear iraniano foi “atrasado em décadas”. Contudo, um relatório de inteligência do Pentágono, divulgado extraoficialmente à imprensa, contradiz essa avaliação, estimando que o impacto real nos avanços nucleares do Irã foi de apenas alguns meses de atraso.
Cessar-fogo e tensão diplomática
Após 12 dias de confronto indireto entre Israel e Irã, os dois países passaram a respeitar um acordo de cessar-fogo mediado por potências internacionais. O entendimento entrou em vigor na madrugada de terça-feira (24), e desde então, não foram registrados novos bombardeios intensos. Entretanto, o clima na região continua instável, com ambos os governos mantendo uma retórica de vitória e de vigilância permanente.
Repercussão internacional
O episódio reacendeu o debate global sobre a segurança de instalações nucleares em zonas de conflito e os limites da atuação militar unilateral de potências nucleares. Especialistas alertam para o risco de escalada regional caso os ataques a centros nucleares sejam confirmados e suas consequências ambientais e diplomáticas sejam comprovadas
da redação FM