Segurança pública volta a unir centrão e bolsonarismo na Câmara e impõe derrota ao governo Lula

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Segurança pública volta a unir centrão e bolsonarismo na Câmara e impõe derrota ao governo Lula

 

        Parlamentares comemoram com Derrite a aprovação do PL Antifacção. Foto: Pedro Ladeira/Folhapress


PL Antifacção é aprovado por ampla maioria e evidencia fragilidade da base aliada em ano pré-eleitoral

Porto Velho, RO – A Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (18), o PL Antifacção por 370 votos a 110, consolidando a aliança entre centrão e bolsonarismo e impondo mais uma derrota ao governo Lula em um dos temas que mais têm provocado desgaste político: a segurança pública.

Base rachada e derrota expressiva
Partidos com representação na Esplanada responderam por cerca de 60% dos votos favoráveis, confirmando a fragilidade da articulação do Executivo no Congresso. O Palácio do Planalto tentou adiar a votação, após discordar de mudanças feitas no texto, mas não conseguiu apoio suficiente.

O governo enfrenta também a interrupção da recuperação da popularidade do presidente, registrada em pesquisa Genial/Quaest divulgada no dia 12, em meio à repercussão da operação policial que resultou em 121 mortes no Rio de Janeiro.

Segurança pública vira eixo central no embate político
A aprovação do PL reforça que a segurança pública se tornou terreno fértil para o avanço do discurso de oposição. Parlamentares de direita e de centro-direita têm explorado o tema como estratégia política para 2026.

“Hoje é o dia da coragem. Não contem com este governo federal na pauta da segurança pública”, discursou o deputado Zucco (PL-RS), líder da oposição.

Aliados de Lula argumentam que o governo deve resgatar a agenda da justiça tributária e reforçar programas sociais para recuperar terreno e reduzir desgastes provocados pelo debate sobre violência e crime organizado.

Relatório de Derrite enfrenta embates e mudanças de rumo
Relatado por Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de Segurança de São Paulo, o projeto sofreu sucessivas alterações nas últimas semanas, provocando críticas de governistas, oposicionistas e do próprio centrão.

A falta de consenso adiou a votação inicialmente prevista para a semana passada. Quando o sexto relatório foi apresentado já com a sessão em andamento, o clima entre governo e Câmara azedou de vez.

A líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), falou em abalo na relação institucional:

“É claro que há uma crise de confiança. O presidente reclamou muito. É um projeto de autoria do Executivo.”

Planalto teme enfraquecimento da PF; Câmara reage
Com minoria, parlamentares da base associaram trechos do relatório ao risco de fragilizar a atuação da Polícia Federal e blindar investigações. A estratégia buscou mobilizar opinião pública, repetindo o discurso “nós contra eles” usado em debates tributários.

Já o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), rebateu as acusações e tratou as críticas como narrativas infundadas.

“A função do Parlamento não é carimbar projeto do Executivo. O texto aprovado é a melhor resposta ao crime organizado.”, declarou após a votação.

Efeito político imediato: desconfiança e desgaste
A condução de Motta — desde a escolha de Derrite até a forma acelerada de votação — reacendeu desconfianças entre o Planalto e a Presidência da Câmara. Governistas apontam comportamento “oscilante”, lembrando que Motta, eleito com votos do PT e do PL, tem sinalizado mais à oposição em momentos decisivos.

Lideranças do centrão e do PP reforçaram o protagonismo do Legislativo. O deputado Doutor Luizinho (PP-RJ), aliado de Motta, afirmou que a Casa ofereceu “a maior contribuição da história no enfrentamento ao crime organizado”.

Próximos passos: foco no Senado
Diante da derrota, a estratégia do governo é direcionar esforços ao Senado, onde aliados acreditam ter mais capacidade de modificar pontos considerados críticos no texto aprovado pelos deputados.

A expectativa é que senadores revisem trechos vistos como discrepantes da proposta original do Executivo e devolvam equilíbrio à política de segurança pública.


da redação FM
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