Medida busca evitar desabastecimento e manter produção de carros flex no Brasil, após pedido de Geraldo Alckmin ao governo chinês
Porto Velho, Rondônia – O governo da China anunciou no último sábado (1º) que abrirá canais de diálogo com o setor automotivo brasileiro para garantir o fornecimento de chips semicondutores utilizados na fabricação de carros flex. A medida foi comunicada ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, pelo embaixador chinês Zhu Qingqiao.
O gesto vem após tratativas conduzidas pelo governo brasileiro, que buscava evitar riscos de desabastecimento e impactos sobre a produção de veículos no país.
Cadeia automotiva sob atenção
A escassez de semicondutores é resultado de tensões comerciais entre China e Estados Unidos, que afetam a produção e exportação global dos chips — componentes essenciais para sistemas eletrônicos dos automóveis modernos.
Na última terça-feira (28), Alckmin reuniu-se com representantes da Anfavea, Sindipeças, Abipeças e sindicatos de trabalhadores do setor, que solicitaram apoio diplomático do Brasil junto ao governo chinês.
“Trata-se de uma excelente notícia”, afirmou Alckmin. “A cadeia automotiva emprega 1,3 milhão de pessoas e impacta diretamente setores como siderurgia, química, plástico e borracha. Ainda precisamos acompanhar como isso será implementado, mas é um passo importante para que a indústria continue crescendo e gerando empregos de qualidade”, destacou o vice-presidente.
Crise global dos semicondutores
O alerta para o risco de desabastecimento surgiu após a intervenção do governo holandês em uma empresa chinesa que opera na Holanda e detém 40% do mercado mundial de chips usados em carros flex. Em resposta, a China suspendeu exportações de semicondutores produzidos em uma de suas fábricas.
No entanto, um acordo comercial firmado entre China e Estados Unidos na quinta-feira (30) abriu espaço para negociações e indicou uma possível estabilização do fornecimento global.
Próximos passos
Com o diálogo estabelecido, o governo chinês deve manter contato direto com montadoras e fornecedores brasileiros, de forma a garantir prioridade na distribuição dos chips e evitar paralisações nas linhas de produção.
A iniciativa reforça a importância estratégica da cooperação bilateral entre Brasil e China, especialmente em setores industriais sensíveis à tecnologia e à logística global.
da redação FM
