O que está em jogo para Milei nas eleições de meio de mandato na Argentina

O que está em jogo para Milei nas eleições de meio de mandato na Argentina

 A votação de domingo será um referendo sobre a "terapia de choque" econômica do presidente, crucial para que seu partido ganhe poder e evite que a oposição derrube seus vetos.


      © REUTERS/Agustin Marcarian/Proibida Reprodução



Os argentinos irão às urnas no próximo domingo (26) em uma eleição legislativa que se transformou em um referendo sobre as radicais políticas de austeridade do presidente Javier Milei. A votação ocorre logo após um resgate econômico liderado pelos Estados Unidos.

A “terapia de choque” econômica de Milei conseguiu desestimular a inflação e gerar um superávit fiscal, o que animou os investidores e recebeu elogios de Washington. No entanto, a aprovação do presidente caiu, sinalizando um possível desgaste da população com o alto custo do ajuste fiscal.

A disputa por cadeiras no Congresso

Em disputa estarão metade da Câmara dos Deputados (127 cadeiras) e um terço do Senado (24 cadeiras). O partido de Milei, A Liberdade Avança, é relativamente novo e possui uma presença minoritária, com apenas 37 deputados e 6 senadores atualmente. O movimento peronista de oposição detém a maior minoria em ambas as câmaras.

As disputas mais importantes serão na província de Buenos Aires, onde um grande número de cadeiras está em jogo.

O apoio de investidores e a governabilidade

Para analistas, se o partido de Milei conquistar mais de 35% dos votos, o resultado será visto como um sinal positivo de apoio crescente, superando os 30% que Milei obteve no primeiro turno de 2023. Se o resultado se aproximar de 40%, será considerado “uma eleição muito boa”, segundo Marcelo Garcia, da Horizon Engage.

Um resultado expressivo aumentaria substancialmente a presença do partido de Milei no Legislativo. Isso permitiria que o presidente desse continuidade às suas políticas de reforma da economia, como as reformas trabalhistas e novos cortes de impostos anunciados.

Os investidores estarão atentos para saber se Milei conseguirá votos suficientes para impedir que a oposição coloque em risco sua agenda, derrubando seus vetos. Nos últimos dois meses, o Congresso já derrubou vetos do presidente em projetos de lei que aumentavam o financiamento para áreas como universidades públicas e assistência médica.

O partido de Milei precisará de cerca de um terço dos votos nas duas Casas para impedir futuras tentativas de derrubada de vetos, o que provavelmente exigirá a formação de alianças, principalmente com o grupo centrista PRO, liderado pelo ex-presidente Mauricio Macri.

Apesar da queda em seu índice de aprovação — que baixou para menos de 40% — e de alegações de corrupção ligadas a pessoas próximas, analistas acreditam que o partido de Milei inevitavelmente aumentará suas cadeiras. O grau desse aumento é a questão central.

Por Leila Miller - Repórter da Reuters* - 20

da redação FM

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