OBSCURO: Anderson Parente comanda suposto esquema de corrupção na gestão Léo Moraes

OBSCURO: Anderson Parente comanda suposto esquema de corrupção na gestão Léo Moraes

 Investigação indica que lobista e supersecretário da prefeitura de Porto Velho, atua                   nas sombras com autoridade e poder assegurado pelo prefeito


O prefeito de Porto Velho, Léo Moraes (Podemos), adora posar de homem simples, austero, inimigo dos excessos da máquina pública. Um “gestor econômico”, que aparece nas redes sociais de camiseta e sorriso fácil, quase um influencer da moralidade administrativa.

Mas, quando a gente tira o filtro do Instagram e olha para os números frios do Portal da Transparência, descobre que a novela da “economicidade” do prefeito tem mais cortes e efeitos especiais do que qualquer vídeo postado no TikTok. O “prefake” é um sucesso na internet às custas de corrupção e desvio de dinheiro do cidadão.

O protagonista desse roteiro é Anderson Parente da Costa, oficialmente Assessor Executivo da Secretaria-Geral de Governo. No contracheque, Parente desfila com um salário bruto que chegou a R$ 28.484,80 em julho. Sim, quase 30 mil reais para o homem que segura a câmera e transforma o prefeito em personagem de ficção na rede social.

Parente recebe dinheiro público, não cumpre jornada de trabalho e é responsável de cuidar da imagem pessoal do prefeito de Porto Velho, Léo Moraes. O crime é tamanho que pode custar a vida política do prefeito. O pessoal não pode se misturar com o institucional.


Um prato cheio para os adversários que conhecem bem a Lei Eleitoral. Parente circula pela cidade em carro de luxo, desfila com corte de cabelo e barba à navalha e exala corrupção. Não é popular, é pouco visto e não fala com muita gente, só com quem lhe interessa ou com quem o prefeito autoriza.

Mas calma, isso é só o teaser. O spin-off da série vem na forma das famosas diárias: só em 2025, Parente já colecionou viagens para Brasília, Curitiba e Ji-Paraná, embolsando milhares de reais para acompanhar o prefeito em agendas políticas e eventos que vão de posse de ministros até feiras agropecuárias. Só nesse semestre foram mais de R$ 26 mil em diárias — e o ano ainda nem acabou (Essa conta só foi até o mês 7/25). Calma, tem mais.

Oficialmente, ele é assessor executivo da Secretaria-Geral de Governo, mas na prática acumulou funções que lhe dão acesso direto às decisões mais importantes do prefeito Léo Moraes. A proximidade é tamanha que servidores e aliados afirmam que Parente manda e desmanda em nomeações, exonerações, investimentos e até interfere na rotina de secretários municipais.

Não entende de estratégia de comunicação e atua como lobista construindo ou ocultando corrupções na gestão municipal.

O histórico de Anderson no serviço público também inclui passagens pelo Departamento de Trânsito do governo de Rondônia (Detran), onde assinava notas de comunicação e produzia conteúdos institucionais. Foi a partir desse espaço que começou a ganhar visibilidade e, posteriormente, a se consolidar como um operador político de bastidores.

Hoje, circula com status de supersecretário, embora oficialmente ocupe um cargo secundário. Foi no Detran que ele começou o casamento profissional com o prefeito Léo Moraes.

Parente não é apenas cinegrafista. Ele se tornou conselheiro onipresente. Está sentado no Conselho de Administração da Empresa de Desenvolvimento Urbano de Porto Velho (Emdur), onde as reuniões extraordinárias criadas na atual gestão já renderam R$ 7.810,74 em jetons para ele. Parente cria reuniões extraordinárias para aumentar seu miserável soldo e dos secretários municipais aliados. Esses conselheiros já embolsaram mais de R$ 200 mil juntos.

Como se não bastasse, também foi nomeado pelo próprio Léo para o Conselho Municipal de Previdência (IPAM), guardião do futuro de milhares de servidores municipais. Qual seria a expertise técnica do videomaker para opinar sobre previdência e gestão urbana? Ninguém explica e sabe dizer, os motivos de tamanha mamata.

Enquanto isso, na prática, Parente atua como um “supersecretário”, cobrando resultado do restante do secretariado municipal, com sala exclusiva no Prédio do Relógio, uma equipe própria e isolada do restante, trânsito livre entre pastas e autonomia para conversar com jornalistas e influenciadores como se fosse o verdadeiro dono da comunicação institucional.

No gabinete paralelo de Anderson estão pessoas nomeadas com elevados salários que não trabalham. Parente se esconde por trás das câmeras do Ministério Público Estadual (MP-RO) e do Tribunal de Contas (TCE-RO) que não enxergam o ralo do dinheiro público e tamanha rede de corrupção com vários marajás.

Não por acaso, a Secretaria de Comunicação ficou acéfala após a saída de Paulo Afonso — e a cadeira continua vaga, talvez porque Parente ainda não tenha encontrado o “fantoche ideal” para administrar cerca de R$ 20 milhões da publicidade oficial.

Não contente com tanta mordomia, ele segue reclamando da vida nas redes sociais por trabalhar com o prefeito Léo. Escreveu que a labuta está lhe “matando”. Disse o homem branco, que se mantém sempre discreto, com a vida aparentemente oculta e que se esconde em um perfil de homem correto, julgando entender de estratégia de comunicação, mas que na verdade apenas aperta o botão rec do celular.

Parente também atuou na gestão do ex-prefeito, promotor de justiça (afastado) e empresário Hildon Chaves, no ano de 2017. De acordo com jornais locais, administrado, Anderson era “aquele que faz o serviço sujo do prefeito ou seja bater nos adversários na página de Humor em PVH”.

Esse perfil no Instagram possui mais de 230 mil seguidores em todas as plataformas digitais. Na campanha eleitoral de 2024, o perfil de Anderson hospedado na empresa Meta foi usado para destruir a imagem pública dos principais adversários de Léo Moraes como a juíza Euma Tourinho, Mariana Carvalho e Célio Lopes.

A acumulação de funções e benefícios chama atenção. Ao mesmo tempo em que controla conselhos estratégicos e recebe jetons por reuniões extraordinárias, também viaja com diárias bancadas pela prefeitura e mantém um gabinete paralelo – núcleo de propaganda e publicidade pessoal dentro da estrutura pública.

A combinação de poder político, privilégios financeiros e falta de transparência sobre suas ações vem causando desconforto de secretários e servidores que convivem com sua influência nos bastidores da gestão Léo Moraes.

Moral da história: Porto Velho assiste ao surgimento de uma nova categoria de servidor – o cinegrafista multimilionário – que viaja, manda, edita e ainda delibera sobre previdência e iluminação pública. Enquanto o prefeito repete o discurso da austeridade, seu homem de confiança desfruta de salários turbinados, jetons camaradas e diárias generosas.

É a República da Lente Escura: todo mundo vê a imagem polida, mas poucos enxergam quem realmente está por trás da câmera e da caneta.


portovelhoagora.com.br

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