Porto Velho, Rondônia – Após dois dias de julgamento, o Tribunal do Júri condenou cinco pessoas pelo assassinato do procurador da Câmara Municipal de Cacoal, Sidnei Sotele, morto em 2019 com 14 disparos em plena luz do dia, em frente ao prédio público. As penas aplicadas aos envolvidos somam mais de 100 anos de prisão.

O crime foi considerado premeditado e motivado por promessa de pagamento. De acordo com a sentença, o grupo criminoso observou a rotina da vítima e aguardou o momento oportuno para agir.

O crime

Sidnei havia sido nomeado procurador-geral da Câmara uma semana antes de ser morto. No dia do ataque, ele foi surpreendido ao deixar o prédio acompanhado de Gideão Francisco, que também foi baleado na cabeça. Os atiradores acreditaram, erroneamente, que Gideão era segurança da vítima. Ele sobreviveu após 28 dias de internação e precisou de uma traqueostomia.

Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que um veículo branco para em frente à Câmara. Dois homens descem e disparam contra Sidnei e Gideão. O carro havia sido furtado e adulterado antes da ação e, após o crime, foi incendiado para eliminar provas.

Condenados e penas

Sete pessoas foram levadas a julgamento, mas duas foram absolvidas. Confira a decisão em relação aos cinco condenados:

Mauricio Souza Genovez – Apontado como líder da execução e atirador. Pena: 50 anos, 4 meses e 2 dias, em regime fechado.

Maycon Anderson da Silva Nascimento – Motorista do veículo usado no crime e responsável por vigiar a rotina da vítima. Pena: 31 anos e 15 dias, em regime fechado.

Wilhasmar Ventramelli – Cedeu a casa para esconder os executores antes do crime. Condenado por homicídio e lesão corporal qualificada. Pena: 13 anos, 7 meses e 10 dias, em regime fechado.

Gilberto da Silva dos Santos – Conduziu o veículo de fuga e tentou incriminar inocentes. Pena: 3 anos e 9 meses, em regime fechado.

Gervásio Lucas Brandão – Responsável por adulterar o carro usado na execução, trocando a placa para dificultar a identificação. Pena: 5 anos, em regime semiaberto.

O mandante do crime já é falecido, conforme consta na sentença, mas a motivação exata não foi detalhada.

Defesa

A defesa de Wilhasmar Ventramelli afirmou que considera a condenação uma “vitória”, já que houve retirada de qualificadoras e a pena foi significativamente menor que a dos demais. O advogado de Gervásio Lucas Brandão também declarou que, embora tenha buscado a absolvição, avalia o resultado como positivo e estuda a possibilidade de recurso.

Até a última atualização, a defesa dos outros réus não havia se manifestado.

da redação FM