Gripe aviária no Brasil: entenda a situação em cinco pontos

Gripe aviária no Brasil: entenda a situação em cinco pontos

 

A partir de agora, protocolos sanitários e comerciais passam a valer para operações internas e com outros países

Protocolo sanitário brasileiro é seguro e confiável, afirma governoDivulgação/Agência Brasil/Arquivo

Nesta sexta-feira (16), o Brasil confirmou o primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial. O caso aconteceu na cidade de Montenegro, no Rio Grande do Sul. A partir de agora, protocolos sanitários e comerciais passam a valer para operações internas e com outros países.

Confira cinco pontos para entender a situação:

Veja mais

O que é a gripe aviária?

A gripe aviária, ou influenza aviária, é uma doença infecciosa causada por subtipos do vírus Influenza tipo A, como o H5N1. Ela afeta principalmente aves, mas pode, em casos raros, infectar mamíferos, incluindo humanos. O vírus circula globalmente desde 2006, sendo este o primeiro registro em uma granja comercial no Brasil.

O período de incubação, no caso de IA, varia normalmente de um a dez dias, e para fins de saúde pública esse é o período que deve ser considerado para vigilância e manejo de casos e contatos.

Segundo o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, inicialmente 35 animais da granja apresentaram sintomas, mas a infecção logo se espalhou. “É óbvio que esse vírus é bastante agressivo, então rapidamente já começou ter outras mortes dentro dessa granja”, afirmou. Todos os 17 mil animais ou morreram, ou foram abatidos.

Como ocorre a transmissão?

Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão entre aves ocorre por meio do contato com secreções respiratórias ou fezes contaminadas. A infecção humana é rara e está geralmente associada ao contato direto e desprotegido com aves infectadas ou superfícies contaminadas. A transmissão de pessoa para pessoa é extremamente rara e, quando ocorre, não é sustentada.

Quais são os sintomas em caso de infecção?

Em humanos, os sintomas podem variar de leves a graves, incluindo:

  • Febre alta
  • Tosse
  • Dor de garganta
  • Dores musculares
  • Falta de ar
  • Em casos graves, pode evoluir para pneumonia ou falência de órgãos

O tratamento recomendado é o uso de antivirais, como o oseltamivir, especialmente nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas

Quais são os protocolos sanitários?

A partir da confirmação do caso, os protocolos de emergência zoossanitária são acionados. Com isso, vendas internas e exportações são afetadas.

Comércio interno

No cenário interno, o comércio de produtos da granja e do município fica suspenso. Segundo o decreto publicado no Diário Oficial da União dessa sexta, o estado de emergência abrange a área de 10 km “ao redor do estabelecimento de aves comerciais onde foi detectada a ocorrência da infecção pelo vírus da influenza aviária de alta patogenicidade”. A portaria reforça que a abrangência da área de emergência pode ser alterada “de acordo com a evolução das investigações epidemiológicas e dos trabalhos de vigilância zoossanitária em execução”.

Comércio externo

Segundo o protocolo, neste primeiro momento, o comércio de produtos oriundos do estado fica suspenso para países como Japão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, nações que o Brasil conseguiu discutir os procedimentos.

Na sequência, a restrição passa a valer apenas para o município afetado. Já China e União Europeia suspenderam a compra de frango de todo o território nacional por 60 dias. “O restante do Brasil continua com o fluxo comercial normal. No caso de países como a China, seguimos com o protocolo que restringe temporariamente as exportações de todo o território nacional”, explicou Fávaro.

O ministro também destacou que o governo vai atuar com transparência e agilidade nas negociações, buscando demonstrar a eficácia dos processos de higienização e bloqueio das áreas afetadas para garantir a retomada do comércio.

É seguro continuar comendo frango e ovos?

Especialistas garantem que o consumo de carne de frango e ovos segue seguro, desde que respeitadas as orientações sanitárias. “Não há evidência de transmissão pela ingestão de alimentos de origem aviária preparados corretamente”, reforça a Food and Drug Administration, órgão norte-americano.

Desde 2003, foram confirmadas 874 infecções humanas por H5N1 no mundo, com 458 mortes. Nas Américas, ocorreram três casos: nos Estados Unidos (2022), no Equador (2023) e no Chile (2023). No Brasil, até agora, não houve registros em humanos.


Rafaela Soares, do R7, em Brasília
Postar um comentário (0)
Postagem Anterior Próxima Postagem
Aos leitores, ler com atenção! Este site acompanha casos Policiais. Todos os conduzidos são tratados como suspeitos e é presumida sua inocência até que se prove o contrário. Recomenda - se ao leitor critério ao analisar as reportagens.