Trump diz que Usaid pode ser o maior escândalo da história

Trump diz que Usaid pode ser o maior escândalo da história

 Presidente americano comentou caso em publicação na rede Truth Social


Donald Trump Foto: EFE/EPA/JIM LO SCALZO / POOL

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se pronunciou nesta quinta-feira (6) sobre o escândalo relacionado aos repasses feitos pela Agência de Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (Usaid). Em uma postagem em sua rede, a Truth Social, o chefe de Estado disse acreditar que esse pode ser o maior escândalo da história.

– Parece que bilhões de dólares foram roubados da Usaid e de outras agências, muito disso vai para mídias de notícias falsas como “lucro” por criar boas histórias sobre os democratas. (…) Este pode ser o maior escândalo de todos, talvez o maior da história! Os democratas não podem se esconder desta [vez]. [É um escândalo] muito grande, muito sujo! – declarou.

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Na publicação, Trump disse ainda que o site Politico “parece ter recebido” 8 milhões de dólares (R$ 46 milhões) e questionou se o jornal The New York Times ou outros veículos de imprensa também teriam recebido quantias da agência.

REPASSES POLÊMICOS
Em uma nota publicada pela Casa Branca na última segunda-feira (3), o governo americano detalhou alguns projetos polêmicos que teriam sido financiados pela Usaid, como, repasses para a EcoHealth Alliance, entidade que esteve envolvida em uma pesquisa no Instituto de Virologia de Wuhan, na China, sobre o coronavírus em morcegos.

Além disso, o governo dos Estados Unidos também elencou inúmeros repasses da Usaid para produções culturais de cunho progressista sobre diversidade, transgêneros e questões relacionadas ao “ativismo LGBT” ao redor do mundo.

Entre elas estão:

– 1,5 milhões de dólares (R$ 8,68 milhões) para “promover a diversidade, a equidade e a inclusão nos locais de trabalho e nas comunidades empresariais da Sérvia”;

– 70 mil dólares (R$ 405 mil) para produção de um “musical sobre diversidade, a equidade e a inclusão na Irlanda”;

– 47 mil dólares (R$ 272 mil) para uma “ópera transgênero” na Colômbia;

– 32 mil dólares (R$ 185 mil) para uma “história em quadrinhos transgênero” no Peru;

– 2 milhões de dólares (R$ 11,58 milhões) para mudanças de sexo e “ativismo LGBT” na Guatemala.

A lista ainda tem outros itens como “centenas de milhares de refeições que foram para combatentes afiliados à Al Qaeda na Síria” e também “centenas de milhões de dólares para financiar ‘canais de irrigação, equipamentos agrícolas’ e até fertilizantes usados ​​para apoiar o cultivo sem precedentes de papoula e a produção de heroína no Afeganistão”.

Em nota à imprensa, o governo Trump ressaltou que a agência “não tem prestado contas aos contribuintes, pois canaliza enormes somas de dinheiro para os ridículos — e, em muitos casos, maliciosos — projetos de estimação de burocratas entrincheirados, com quase nenhuma supervisão”.

A Casa Branca completou o comunicado dizendo que, no entanto, “o desperdício, a fraude e o abuso acabam agora”.

TRUMP PÕE TODOS OS FUNCIONÁRIOS EM LICENÇA
Ao voltar ao ar na última quarta (5) depois de ficar indisponível por três dias, o site da Usaid passou a apresentar uma mensagem informando sobre a decisão do presidente Donald Trump de colocar todos os funcionários em licença administrativa, exceto equipes responsáveis por missões críticas, liderança central e programas especiais.

A página também informou que o Departamento de Estado está preparando um plano para trazer de volta aos EUA os funcionários da Usaid que estão em missão em outros países. Segundo a mensagem, o governo providenciará e pagará pelas viagens. O retorno deve se dar no prazo de 30 dias e os contratos não essenciais serão rescindidos.

USAID E BOLSONARO
Michael Benz, ex-chefe da divisão de informática do Departamento de Estado dos Estados Unidos, fez uma declaração na última segunda que gerou grande repercussão no Brasil. Ao podcast War Room, de Steve Bannon, ex-assessor do presidente Donald Trump, Benz afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda estaria no cargo se a Usaid não existisse.

– Se a Usaid não existisse, Bolsonaro ainda seria presidente do Brasil, e o Brasil ainda teria uma internet livre e aberta – disse Benz.


🚨“Se a USAID não existisse, ainda seria o presidente do Brasil e o Brasil ainda teria uma internet livre e aberta.” Foi que afirmou o norte-americano , que foi chefe da divisão de informática do Departamento de Estado durante o primeiro governo , revelou como foi instituído um “tribunal da censura” contra o então presidente Jair Bolsonaro. Segundo Benz, o “Complexo Industrial da Censura”, como chama o aparato de manipulação da internet montado pelo Pentágono e pelo Departamento de Estado, foi criado para influenciar a queda do governo da Ucrânia, em 2014. Na ocasião, cerca de R$ 30,5 bilhões foram investidos pelos EUA nos veículos de comunicação social do país. Com a alegação de “combater a desinformação”, o complexo atacou a imagem de líderes supostamente extremistas e populistas, muitas vezes através de fake news. Apenas duas semanas depois da eleição de Jair Bolsonaro, em 2018, organizações não governamentais (ONGs) como o Atlantic Council convocaram reuniões para discutir o resultado do pleito brasileiro. Para eles, Bolsonaro só venceu por causa das mídias sociais, especialmente os chats criptografados de ponta a ponta como WhatsApp e Telegram. Assim, era preciso emperrar a administração de Bolsonaro e impedi-lo de ser reeleito, por meio da criação de uma infraestrutura de censura no Brasil “poderosa e institucionalmente tão ampla e profunda quanto nosso trabalho diplomático oficial”. Um dos órgãos integrantes do complexo da censura é a organização Design for Democracy, que passou a cooperar com ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O juiz é o relator do inquérito das fake news na Corte. A imprensa do Brasil também foi afetada, de acordo com o norte-americano. “Eles financiaram grupos de mídia brasileiros com milhões de dólares para que promovessem a censura na internet e a proibição de qualquer conteúdo pró-Bolsonaro nas mídias sociais ou em chatscriptografados de ponta a ponta.” Ainda segundo ele, foram investidos milhões de dólares na Internews, organização sem fins lucrativos de apoio à mídia que atua em mais de cem países por meio do treinamento de jornalistas. No Brasil, foram promovidos programas de alfabetização midiática e “programas de integridade da informação”, inclusive em parceria com a Rede Globo. A derrota de Bolsonaro em 2022 se assemelha à de Donald Trump em 2020. Para Benz, o empresário norte-americano só perdeu a tentativa de se reeleger porque “foi censurado até o esquecimento” pelo governo dos Estados Unidos, com “redes de ONGs e grupos de fachada do Pentágono para censurar praticamente todas as narrativas do lado dele”. Fonte do texto :

https://x.com/FlavioBolsonaro/status/1886739673357410545


De acordo com Benz, a entidade gastou “dezenas de milhões de dólares do contribuinte americano financiando a pressão para que projetos de lei contra a desinformação fossem aprovados” no Parlamento brasileiro, e também bancou advogados que teriam feito pressão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – que Benz chamou de “tribunal da censura” – para reprimir tuítes de Bolsonaro.

– Eles [Usaid] construíram um polvo de censura no Brasil e ele foi construído inteiramente com a Usaid, por que a Usaid declarou Bolsonaro um Trump populista, um Trump dos trópicos, e em seguida montou essa operação para controlar o ecossistema de informações no país – completou.

Após a declaração de Benz, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse ser “fundamental que o Congresso Nacional e demais instituições competentes investiguem o financiamento e a atuação dessas organizações em território brasileiro”.

– Transparência e soberania não podem ser negociadas. Além disso, é necessário que o Itamaraty e os órgãos de inteligência avaliem os riscos dessa interferência para a segurança institucional e política do Brasil – apontou.


Paulo Moura

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