“Isso é algo muito grave, que precisa ser investigado. Primeiro pelo vazamento de informações, segundo porque isso só confirma a minha tese de que o relator tinha um parecer pronto antes mesmo do início dos trabalhos da Comissão”.
Na oitiva do sócio administrador da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, nesta quinta-feira (19.8), na CPI da Covid, o vice-líder do Governo no Congresso, senador Marcos Rogério (DEM-RO), destacou que um veículo de comunicação teria divulgado que teve acesso ao relatório final do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), com detalhes sobre número de páginas e conteúdo de cada capítulo do parecer da CPI da Pandemia. “Isso é algo muito grave, que precisa ser investigado. Primeiro pelo vazamento de informações, segundo porque isso só confirma a minha tese de que o relator tinha um parecer pronto antes mesmo do início dos trabalhos da Comissão”, ressaltou Marcos Rogério.
Além disso, durante a CPI o senador Marcos Rogério voltou a criticar a parcialidade do colegiado e questionou por que requerimentos solicitando investigação nos estados e municípios nunca são pautados. O senador afirmou que o colegiado segue blindando governadores e prefeitos.
Ainda de acordo com Marcos Rogério, a CPI aprova requerimentos a “toque de caixa”, desrespeitando direitos individuais, e preservando, de fato, quem precisa ser investigado: governos estaduais e prefeituras. “Só hoje, mais de 180 requerimentos, entre eles de quebras de sigilo, foram acatados pela Comissão Parlamentar. Entretanto, nenhum prevendo investigar diretamente governadores e prefeitos. Eu, por exemplo, tenho uma série de requerimentos que nunca foram sequer pautados”, anunciou o senador. Ele é autor de 36 requerimentos de convocação, seis de convite, seis de informações e dois de compartilhamento de informações que, até hoje, não entram na pauta da CPI.
Desde o início da Comissão Parlamentar, o senador tem apresentado requerimentos solicitando a apuração de indícios de corrupção envolvendo, por exemplo, os estados da Bahia, Pará, Rio de Janeiro, mas, novamente, eles não são colocados em pauta pelo colegiado. Marcos Rogério lembrou que o G7, grupo formado por senadores da oposição, recusou, inclusive, convocar o ex-secretário-executivo do Consórcio do Nordeste, Carlos Gabas, acusado de receber R$48 milhões de dinheiro público para a compra de respiradores nunca entregues à população nordestina. “Meu requerimento nunca foi pautado. Por quê? Porque essa é a CPI de uma investigação parcial, um jogo eleitoral, pré-eleitoral, que blinda o que aconteceu nos estados e municípios. Repito novamente: eu sou a favor de investigar tudo. Tomara que a gente tenha mais sorte e consigamos aprovar esses requerimentos porque, até aqui, não tivemos sorte”, concluiu.
Assessoria/Parlamentar
Da redação F/M

