Servidores públicos, lobistas e empresários teriam negociado um terreno da autarquia por valor abaixo do mercado.
O R7 apurou que o diretor de Infraestrutura Ferroviária do DNIT, Marcelo Almeida Pinheiro Chagas, é um dos alvos da investigação. No prédio do órgão em Brasília, os investigadores buscam documentos no segundo andar, onde funciona a Diretoria de Infraestrutura Ferroviária.
Pelas redes sociais, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, declarou que a operação foi feita em parceria com Subsecretaria de Conformidade e Integridade.
O esquema
De acordo com a PF, a empresa investigada venceu o edital de licitação para administrar o Porto Seco de Anápolis (GO). No entanto, não conseguiu a habilitação do terreno indicado para a construção do terminal.
Por isso, os lobistas foram procurados para negociar a compra de uma área que pertencia ao DNIT no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia) por um valor abaixo do negociado no mercado.
Esses lobistas teriam, segundo a investigação, negociado a compra com funcionários do DNIT. Mediante o pagamento de propina, os servidores teriam favorecido os interesses da empresa dentro do órgão. Feitas as negociações, o terreno foi avaliado pela autarquia em R$ 11 milhões. A Polícia Federal aferiu, no entanto, que a propriedade chegaria ao valor de R$ 44 milhões
Os envolvidos podem responder pelos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência e associação criminosa.
Em relação à operação desta terça (24), o DNIT divulgou a seguinte nota:
O DNIT colabora com a investigação, visando a completa elucidação dos fatos. O Departamento está em permanente contato com os órgãos de controle e reafirma que pauta sua atuação dentro da legalidade e lisura, respeitando todos os princípios éticos da administração pública.
Jéssica Moura e Renato Souza, do R7, em Brasília
Da redação F/M

