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Senador anuncia CPI para investigar contrato de R$ 129 milhões entre Banco Master e esposa de Moraes

Senador anuncia CPI para investigar contrato de R$ 129 milhões entre Banco Master e esposa de Moraes

 


                                                           Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil | Montagem: Gazeta Brasil


O senador Alessandro Vieira (MDB) afirmou nesta segunda-feira (22) que pretende coletar assinaturas após o recesso parlamentar para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar denúncias envolvendo um contrato entre o Banco Master e o escritório de Viviani Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo Vieira, o acordo, avaliado em R$ 129 milhões, estaria “fora dos padrões da advocacia” e envolve suspeitas de “atuação direta do magistrado” em favor da instituição financeira. Em publicação no X, o senador escreveu:

“Após o recesso vou coletar as assinaturas para investigação de notícias sobre um contrato entre o banco Master e o escritório da família do ministro Moraes, de 129 milhões de reais, fora do padrão da advocacia, além desta notícia de atuação direta do ministro em favor do banco”.

De acordo com relatos publicados pelo jornal O Globo, Moraes teria procurado o advogado Galípolo pelo menos quatro vezes — três por telefone e uma presencialmente — para tratar de problemas do banco de Daniel Vorcaro, dono do Master, preso em novembro por suspeita de fraude em uma transação bilionária. O ministro teria defendido o banco junto ao BRB, que comprou produtos de investimento irregulares do Master, considerado o epicentro do escândalo.

O contrato da esposa de Moraes previa representação jurídica do Banco Master no Banco Central, na Receita Federal, no Conselho Administrativo de Defesa Econômica e no Congresso. Contudo, segundo o jornal, nenhuma dessas instituições recebeu documentos, petições ou pedidos de audiência do escritório em nome do Master. O acordo estipulava pagamento de R$ 3,6 milhões por mês durante três anos, totalizando os R$ 129 milhões mencionados.

Em novembro, o Banco Central determinou a liquidação do Master, menos de 24 horas após o anúncio da operação de compra do banco pela Fictor Holding Financeira, devido à situação de insolvência irrecuperável e graves infrações às normas regulatórias. Desde então, foram revelados laços de Vorcaro com diversas autoridades e políticos em Brasília.

Segundo relatos, Moraes e Galípolo conversaram duas vezes por telefone e realizaram um encontro presencial, e o ministro teria pedido ao Banco Central que aprovasse a compra do Master pelo BRB. Ainda de acordo com a reportagem, o presidente do BC alertou Moraes sobre as fraudes, levando o ministro a reconhecer que não havia como o negócio ser concluído.

Daniel Vorcaro foi preso em 18 de novembro, na Operação Compliance Zero, e liberado no dia 29 do mesmo mês. A ação investiga suspeitas de que o Master “fabricou carteiras de crédito” e as repassou ao BRB, alimentando artificialmente o banco em R$ 12 bilhões para impedir sua liquidação.

Gazeta Brasil

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