O primeiro dia da COP30 em Belém terminou com a notificação de que 111 países já haviam entregado suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), os relatórios de metas climáticas. A diretora executiva da COP30, Ana Toni, celebrou o resultado como um fortalecimento do multilateralismo.
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As NDCs são os planos nacionais estabelecidos no Acordo de Paris, que devem ser atualizados a cada cinco anos pelos 195 países signatários. O prazo estipulado para a entrega era fevereiro de 2025.
Ana Toni informou que, antes da abertura da conferência, apenas 79 países haviam entregue suas metas. O número saltou para 111 relatórios publicados até o fim do primeiro dia da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
Total de NDCs entregues na abertura da COP30: 111 (crescimento significativo em relação aos 79 anteriores).
Total de países credenciados para Belém: 194.
A alta taxa de participação e entrega dos relatórios foi citada como um indicativo do fortalecimento do multilateralismo.
Aprovação da Agenda de Ações
Outra conquista significativa no primeiro dia da conferência foi a aprovação da agenda de ações da COP30. Ana Toni destacou que, nos últimos quatro anos, a agenda não pôde ser aberta no primeiro dia, o que demonstra a importância do feito.
A negociação resultou na definição de 145 temas prioritários que serão trabalhados até o encerramento da conferência, em 21 de novembro. A adoção da agenda logo no início é considerada crucial, pois sem ela o avanço nos tópicos de discussão fica comprometido.
Dificuldade nas Negociações: Tecnologia
Um dos temas que deve enfrentar mais dificuldades nas negociações é a tecnologia.
O Acordo de Paris prevê a transferência de tecnologia e capacitação para auxiliar os países mais pobres em suas ações de mitigação, adaptação e no cumprimento das NDCs.
O problema: O tema da tecnologia foi um dos poucos que não teve acordo na Bonn Climate Change Conference (SB60), a conferência de preparação que ocorreu em junho na Alemanha.
A importância: Para a diretora Ana Toni, a transferência de capacidade e tecnologias é “muitíssimo importante” para que os países em desenvolvimento possam acelerar seus planos de adaptação e cumprir suas NDCs.
O tema será um dos focos centrais de negociação em Belém, com o objetivo de reverter o impasse.
Por Luciano Nascimento - Enviado Especial - 20
da redação FM
