Energisa expõe Porto Velho ao apagão constante e ao prejuízo diário imposto aos consumidores

Energisa expõe Porto Velho ao apagão constante e ao prejuízo diário imposto aos consumidores

 Quedas abruptas e retorno irregular de energia no centro da capital queimam aparelhos e revelam falhas graves da concessionária em Rondônia 


Porto Velho, RO – Nas últimas 48 horas, moradores e comerciantes do centro de Porto Velho têm sido submetidos a uma verdadeira roleta russa elétrica. A energia fornecida pela Energisa Rondônia cai e volta repetidas vezes, sem aviso prévio e sem qualquer comunicação prévia que permita que o consumidor se proteja. As consequências já ultrapassam o desconforto do escuro momentâneo. A falta de responsabilidade operacional da concessionária está queimando aparelhos eletrônicos dentro de casas e empresas, gerando prejuízos diretos para quem paga tarifas cada vez mais altas em troca de um serviço cada vez mais frágil.

Moradores relatam que, com as oscilações repetidas, aparelhos domésticos têm queimado ao serem religados após os apagões repentinos, o que agrava ainda mais o prejuízo diretamente causado pela instabilidade da rede. A partir do momento em que o consumidor precisa relatar queima de equipamentos provocada por oscilações de energia, não se trata mais de evento isolado ou de falha aceitável no fornecimento. 

Trata-se de colapso operacional de uma empresa que detém uma concessão pública e tem a obrigação legal de prestar um serviço estável, seguro e contínuo.

A sucessão de quedas que afetou o centro de Porto Velho nas últimas 48 horas não tem qualquer relação com desligamentos programados, em que haveria comunicação prévia aos consumidores. O que se registrou foi a interrupção repentina do fornecimento de energia, seguida de retomadas igualmente abruptas, sem aviso, sem explicação e sem qualquer orientação preventiva. O consumidor, que paga caro por um serviço essencial, permanece no escuro físico e informacional. Falta energia e falta transparência.


A Energisa reconhece publicamente, em relatórios de continuidade do serviço, que desligamentos emergenciais devem ser circunstâncias excepcionais. A realidade imposta à população de Porto Velho vem demonstrando exatamente o contrário. Episódios de instabilidade, oscilações e interrupções sem aviso têm se repetido com inquietante frequência, o que transforma a exceção em rotina e expõe a fragilidade crônica da distribuição no estado. Uma concessionária que assume o compromisso de fornecer energia com qualidade não pode se esconder atrás do silêncio quando o serviço colapsa. Tem o dever de esclarecer causas, apresentar soluções imediatas e ressarcir danos ocasionados por falhas sob sua responsabilidade.


Nenhuma empresa regulada pela ANEEL pode tratar variações bruscas de tensão como acidentes triviais. A sociedade não pode ser submetida a riscos permanentes dentro de suas próprias casas. O mínimo exigido de quem detém uma concessão pública é estabilidade, respeito e resposta rápida ao consumidor. Hoje, Porto Velho não recebe nenhum desses três atributos.


No universo de reclamações registradas, muitas apontam quedas constantes em áreas urbanas densamente povoadas, casos semelhantes ao do condomínio Brisas do Madeira em Porto Velho, alvo de queixa motivada exatamente pela instabilidade de fornecimento. Isso é sintomático. O consumidor tenta registrar protocolos nos canais da empresa e o atendimento não oferece respostas proporcionais à urgência do assunto. A demora no retorno e a falta de solução imediata esticam ainda mais a paciência de quem já sofre o prejuízo no bolso.


Não se pode ignorar que o fornecimento de energia é serviço público essencial, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica. A Energisa recebe concessão para explorá-lo com qualidade definida por normas técnicas e por indicadores de continuidade que precisam ser rigorosamente cumpridos. Se não há capacidade de manter o padrão exigido, a empresa tem o dever de apresentar medidas corretivas, plano de investimento e cronograma público de melhorias na rede. O que se observa, no entanto, é silêncio, ineficiência e improviso.


A cada retorno brusco de tensão, um equipamento a menos dentro das casas. A cada nova queda, um comércio precisa interromper venda, um alimento pode estragar na geladeira e uma família perde a mínima previsibilidade que deveria ter em sua própria rotina. Não existe tarifa reduzida para quem recebe serviço deficiente. A cobrança chega no valor integral, mesmo quando a energia entregue está muito longe disso.


A situação dos últimos dois dias mostra que os consumidores já ultrapassaram qualquer limite razoável de paciência. A Energisa precisa responder publicamente sobre o que ocorreu no centro da capital, por quais razões a oscilação se repetiu tantas vezes e o que será feito de forma imediata para que isso não volte a se repetir. Precisa, ainda, reconhecer os prejuízos materiais causados aos clientes e indenizar quem teve equipamentos queimados por falhas diretamente ligadas ao serviço prestado. Responsabilidade nessa área não é escolha, é obrigação legal.


Quando uma empresa que controla um serviço essencial não entrega estabilidade, não comunica com transparência e não reage com urgência ao caos que produz na vida dos cidadãos, ela se coloca contra o próprio interesse público. 

Porto Velho não pode mais assistir passivamente ao sobe-e-desce da luz como se fosse acidente fortuito. Falta energia, falta respeito e falta vergonha. A Energisa tem de devolver ao consumidor o que dele recebe todos os meses: compromisso, seriedade e eficiência. 

Por Redação | Rondônia Dinâmica 

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