Eletrobras vende participação na Eletronuclear para a Âmbar Energia do Grupo J&F

Eletrobras vende participação na Eletronuclear para a Âmbar Energia do Grupo J&F

 O negócio, avaliado em R$ 535 milhões mais a assunção de dívidas, transfere 68% do capital total para a empresa de Joesley e Wesley Batista, mas o governo mantém o controle das usinas nucleares.


        © Fernando Frazão/Agência Brasil


A Eletrobras anunciou nesta quarta-feira (15) a venda de toda a sua participação na Eletronuclear para a Âmbar Energia, que pertence ao Grupo J&F, dos empresários Joesley e Wesley Batista.

Em um comunicado ao mercado (fato relevante), a Eletrobras informou que a Âmbar Energia pagará R$ 535 milhões pela participação societária. Além desse valor, a compradora se comprometeu a assumir as garantias dadas pela Eletrobras em favor da Eletronuclear, além da integralização de títulos de dívida (debêntures) acordados com a União, no montante de R$ 2,4 bilhões.

A concretização do negócio fará com que a Âmbar passe a deter 68% do capital total e 35,3% do capital votante da Eletronuclear. A transação ainda precisa da aprovação dos órgãos reguladores competentes.

Controle das usinas nucleares segue com o governo

A Eletronuclear é a operadora do Complexo Nuclear de Angra dos Reis, no litoral sul do Rio de Janeiro. A usina continua controlada pelo governo federal, por meio da estatal Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar).

O governo detém a maior parte do capital votante (64,7%) e 32% do capital total da Eletronuclear. A empresa opera as usinas Angra 1 (640 MW), Angra 2 (1.350 MW) e tem o projeto em desenvolvimento de Angra 3 (1.405 MW). Juntas, as três unidades têm capacidade para gerar até 3.400 MW.

O Grupo J&F e os motivos da compra

A Âmbar Energia é uma das unidades de negócio do Grupo J&F, que também é dono de empresas como JBS (alimentos), PicPay (pagamentos digitais) e Eldorado Brasil (celulose). A Âmbar atua na geração, distribuição e comercialização de energia, com um portfólio diversificado de 39 usinas.

O presidente da Âmbar, Marcelo Zanatta, justificou o investimento pela combinação de características da energia nuclear: estabilidade, previsibilidade e baixas emissões de gases do efeito estufa.

“Características fundamentais em um momento de descarbonização e de crescente demanda por eletricidade impulsionada pela inteligência artificial e pela digitalização da economia”, afirmou Zanatta.

Ele destacou a estabilidade de receitas das usinas de Angra, lembrando que a Eletronuclear registrou lucro líquido de R$ 545 milhões em 2024.

Otimização de portfólio da Eletrobras

A Eletrobras, privatizada em 2022, era a maior companhia de geração de energia elétrica do Brasil. A empresa negociava a venda de sua participação desde 2023.

A transação é vista pela Eletrobras como um “marco importante” para a otimização de seu portfólio e a simplificação de sua estrutura, conforme previsto em seu Plano Estratégico.


Por Bruno de Freitas Moura - Repórter da Agência Brasil - 20

da redação FM

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