Mais de 180 países devem enviar metas antes da COP30, diz especialista

Mais de 180 países devem enviar metas antes da COP30, diz especialista

 Diretor da NDC Partnership alerta que 80% dos países estão atrasados na atualização de seus compromissos, mas há expectativa de avanços significativos até a COP30 Belém.

      Fernando Frazão/Agência Brasil


O diretor global da NDC Partnership, Pablo Vieira, anunciou que mais de 180 países devem apresentar suas metas climáticas atualizadas antes da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. O evento, que vai acontecer em novembro, será em Belém. A declaração foi feita durante a abertura da Rio Climate Action Week.

As metas, conhecidas como Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), são instrumentos do Acordo de Paris para limitar o aquecimento global. Segundo Vieira, embora apenas 29 NDCs estejam na mesa atualmente, a expectativa é que o número aumente consideravelmente, pois muitos países buscam elaborar compromissos com mais qualidade e realismo.

Cientista alerta para ponto de não retorno na Amazônia

No mesmo evento, o cientista Carlos Nobre, copresidente do Painel Científico para a Amazônia, expressou grande preocupação com o aquecimento global. Ele alertou que a floresta amazônica está perigosamente perto de um “ponto de não retorno” devido à interação entre desmatamento, degradação, incêndios e o aquecimento do planeta.

Nobre citou secas recentes e severas que têm diminuído a reciclagem de água na região. O pesquisador indicou que, se o desmatamento continuar e o aquecimento global ultrapassar 2ºC, a Amazônia pode se autodegradar em 70% em 30 ou 50 anos, tornando-se um ecossistema semelhante a uma savana e liberando uma grande quantidade de gás carbônico na atmosfera.

A voz dos povos indígenas sobre as mudanças climáticas

Taily Terena, cientista social e antropóloga indígena, também participou da Rio Climate Action Week e compartilhou sua experiência pessoal com os impactos das secas. Nativa do povo Terena, no Mato Grosso do Sul, ela descreveu como a falta de água no Pantanal afetou sua rotina e a das comunidades indígenas, com as lagoas secando e a morte de peixes por conta do calor extremo.

Para Taily, a realização da COP30 no Brasil é uma oportunidade crucial para o país demonstrar sua liderança na proteção das florestas. Ela enfatizou a importância de a sociedade civil brasileira e os movimentos sociais cobrarem mais ações dos setores público e privado para a implementação de leis de proteção ambiental.

Por Rafael Cardoso - Repórter da Agência Brasil - 20

da redação FM

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