Sistema criado na Guerra Fria permite retaliação nuclear mesmo após a morte de líderes russos
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na sexta-feira (1) ter enviado dois submarinos nucleares para uma região próxima à Rússia após declarações do ex-presidente russo e atual vice do Conselho de Segurança, Dmitri Medvedev, sobre o uso do sistema nuclear conhecido como “Mão Morta”. A ferramenta é considerada uma das mais perigosas já desenvolvidas pela Rússia e tem capacidade de disparar mísseis de forma automática caso um ataque mate as principais lideranças do país.
O sistema, chamado oficialmente de Perimetr, começou a ser desenvolvido na década de 1970, em plena Guerra Fria, como resposta ao avanço do arsenal nuclear dos Estados Unidos.
A engenharia balística foi projetada para garantir uma retaliação mesmo que as cadeias de comando russas sejam destruídas. Segundo o Centro para Análises Navais, foi ativado em 1986 e, de acordo com informações de inteligência divulgadas em 2017, continua operacional.
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O funcionamento automático é o que deu origem ao apelido “Mão Morta”, já que o sistema pode ser acionado mesmo que todos os responsáveis pela decisão estejam mortos. Os mísseis do Perimetr, uma vez lançados, transmitem códigos para outras unidades espalhadas pelo país, coordenando uma retaliação em larga escala.
Trump disse que a movimentação dos submarinos é uma resposta preventiva à ameaça russa. “Enviei dois submarinos nucleares para a região. Só quero ter certeza de que as palavras dele são apenas palavras, nada além disso”, declarou à emissora Newsmax.