Operação da PF cumpre cinco mandados contra esquema de grilagem em terra indígena

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Operação da PF cumpre cinco mandados contra esquema de grilagem em terra indígena

 

      


Um esquema de grilagem de terras públicas, associado a desmatamento em larga escala e incêndio criminoso, levou a Polícia Federal a deflagrar a Operação Lage em Chamas na Terra Indígena Igarapé Lage, localizada entre os municípios de Nova Mamoré e Guajará-Mirim, em Rondônia, nesta quarta-feira (10) e resultou no cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal.

As investigações apontam que um grupo criminoso promoveu a ocupação ilegal da área indígena, avançando sobre o território com abertura de clareiras, divisão da terra em lotes e venda irregular das áreas. Também há indícios de que os suspeitos tenham incendiado, em agosto de 2024, a residência de uma família indígena como forma de coação para que deixasse o local.

A Terra Indígena Igarapé Lage foi demarcada em 1981 e abriga cerca de mil habitantes distribuídos em mais de seis aldeias. Desde o final de 2022, mais de 800 hectares da área já foram desmatados em razão das invasões ilegais.

Segundo o apurado, o grupo investigado chegou a dividir clandestinamente aproximadamente 70 quilômetros quadrados do território indígena em 100 lotes, mesmo se tratando de área pertencente à União e destinada ao uso exclusivo das comunidades indígenas.

Entre 2024 e 2025, a Polícia Federal realizou 10 operações na região, com apoio de forças de segurança, órgãos ambientais e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). As ações resultaram na retirada de dezenas de invasores, inutilização de estruturas clandestinas, apreensão de equipamentos, madeira e veículos, além da destruição de pontos de extração ilegal e pontes utilizadas para facilitar novas invasões.

Em agosto de 2024, sete encapuzados invadiram a terra indígena, efetuaram disparos de arma de fogo e incendiaram uma residência e uma motocicleta, obrigando uma família indígena, que incluía crianças, a fugir do local.

Com base na análise de materiais apreendidos em ações anteriores, a investigação avançou na identificação de novos envolvidos, o que motivou o cumprimento dos mandados judiciais nesta quarta-feira. Os alvos da operação poderão responder por crimes relacionados à ocupação ilegal da área, ao desmatamento, à associação criminosa e ao ataque à família indígena.


Redação

da redação FM

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