Imagem: Alessandro Ambrosetti
Porto Velho, Rondônia - A queda do avião da Air India no mês passado, que matou 260 pessoas, está sendo investigada com foco nas ações dos pilotos, e não há indícios preliminares de falhas técnicas no modelo Boeing 787 Dreamliner, segundo apurou o The Wall Street Journal com fontes ligadas às autoridades americanas envolvidas na investigação.
A tragédia ocorreu logo após a decolagem, quando o jato perdeu sustentação e caiu sobre um alojamento de estudantes de medicina nos arredores de Ahmedabad. O único sobrevivente foi um passageiro que saiu andando dos destroços.
O acidente foi o primeiro envolvendo mortes em um Boeing 787, aeronave considerada segura e amplamente utilizada por companhias em voos internacionais de longa distância.
De acordo com fontes ouvidas pelo WSJ, os interruptores que controlam o fluxo de combustível para os dois motores do avião teriam sido desligados pouco após a decolagem. Esses comandos são essenciais para o funcionamento da aeronave durante o voo, e não está claro por que foram desativados, nem se houve tentativa de religá-los.
O desligamento pode ter causado a ativação do gerador de emergência conhecido como RAT (Ram Air Turbine), o que explicaria a perda repentina de potência.
A Autoridade de Investigação de Acidentes Aéreos da Índia, responsável pela apuração principal, ainda não divulgou seu relatório preliminar.
No entanto, o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos EUA e a Administração Federal de Aviação (FAA) estão prestando apoio técnico, ao lado da Boeing e da General Eletric, que fabrica os motores do 787.
Segundo o site especializado The Air Current, os investigadores restringiram o foco à manipulação dos controles de combustível. Apesar disso, autoridades indianas têm sido criticadas pela demora na análise das caixas-pretas e pela falta de transparência nas informações divulgadas.
Fontes ouvidas pela Reuters e pela CNN confirmam que houve tensões entre os representantes americanos e os indianos, inclusive com ameaças de retirada de equipes dos EUA do processo.
Em entrevista à emissora NDTV, o secretário de aviação civil indiano, Murlidhar Mohol, classificou o episódio como muito raro, observando que “nunca antes os dois motores pararam simultaneamente” em voo.
O Boeing 787 envolvido havia sido entregue à Air India em janeiro de 2014. Nenhuma diretriz de segurança foi emitida pela FAA ou pela fabricante até agora, o que reforçaria a tese de falha operacional humana, e não técnica.
É importante lembrar que a investigação completa sobre os motivos da queda do avião deve levar meses, ou até mais de um ano, de forma que novos dados poderão alterar essas indicações preliminares.
Fonte: O Antagonista
da redação FM