Câmara aprova projeto que cria estratégia nacional de Saúde para autonomia do Brasil

Câmara aprova projeto que cria estratégia nacional de Saúde para autonomia do Brasil

 Aprovado pela Câmara dos Deputados, o PL 2583/2020 institui a Estratégia Nacional de Saúde visando fortalecer a indústria e a pesquisa para a autonomia brasileira na produção de insumos e equipamentos médicos.

Câmara aprova projeto que cria estratégia nacional de Saúde para autonomia do Brasil

Jefferson Rudy/Agência Senado/Direitos Reservados

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira, 8 de julho de 2025, o Projeto de Lei (PL) 2583/2020, que estabelece a Estratégia Nacional de Saúde. O objetivo principal da medida é impulsionar a indústria e a pesquisa no setor de saúde, garantindo a autonomia do Brasil na fabricação de insumos médicos e equipamentos essenciais.

O projeto foi aprovado com 352 votos favoráveis e 63 contrários, e agora segue para o Senado. Suas diretrizes buscam incentivar o desenvolvimento científico e tecnológico, fortalecer as indústrias nacionais, reduzir a dependência externa e consolidar o Complexo Econômico Industrial da Saúde (CEIS).

Benefícios e Critérios para Empresas Estratégicas

O PL cria critérios para empresas consideradas “estratégicas de Saúde”. Elas poderão receber benefícios fiscais e ter normas especiais para compras, contratações e desenvolvimento de produtos de saúde junto ao poder público. Para se qualificarem, essas empresas deverão estar alinhadas às necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS), aprimorando a capacidade do país em responder a emergências sanitárias.

Para serem classificadas como estratégicas, as empresas deverão:

Realizar atividades de pesquisa, desenvolvimento científico e tecnológico.

Desenvolver um parque industrial no Brasil para executar um planejamento estratégico em saúde.

Ter sede, filial ou subsidiária no país.

Possuir instalação industrial no Brasil para fabricação de equipamentos, insumos e matérias médico-hospitalares.

A lista de equipamentos inclui itens como equipamentos de proteção individual (luva látex, luva nitrílica, avental impermeável, óculos de proteção, gorro, máscara cirúrgica, máscaras N95, protetor facial), ventiladores pulmonares mecânicos e seus circuitos, camas hospitalares e monitores multiparâmetro.

Além disso, são consideradas estratégicas as empresas que produzem ou desenvolvem Insumos Farmacêuticos Ativos (IFA), bem como partes, peças, ferramentais, componentes, equipamentos, sistemas, subsistemas, insumos e matérias-primas utilizados na produção ou desenvolvimento desses materiais e equipamentos.

O texto também prevê a possibilidade de a administração pública realizar procedimentos licitatórios exclusivos para a aquisição de produtos considerados estratégicos para a saúde, produzidos ou desenvolvidos por essas empresas.

Soberania e Lições da Pandemia

O deputado Dr. Luizinho (PP-RJ), um dos autores do projeto, destacou que a proposta foi elaborada durante a pandemia de Covid-19, período em que a dificuldade de adquirir materiais não produzidos no Brasil ficou evidente. “O projeto trata de soberania nacional. Para instalar mais empresas, mais saúde, em território nacional”, defendeu. Ele ressaltou a importância de o país não depender de importações em futuras emergências sanitárias, como a aquisição de respiradores e máscaras.

O relator, Deputado Isnaldo Bulhões Jr. (MDB/AL), avaliou que as medidas são cruciais para estimular a produção nacional de equipamentos e insumos médicos, diminuindo a dependência externa e fortalecendo a capacidade produtiva brasileira em áreas vitais para a saúde pública. “A aprovação deste projeto representará um passo significativo em direção à soberania e à segurança sanitária do Brasil. Além de promoverem o desenvolvimento tecnológico e a inovação no setor de saúde, as propostas contribuem para a criação de um parque industrial robusto e especializado, capaz de atender às demandas internas e, potencialmente, de se posicionar no mercado global”, argumentou.

Por Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil - 20

da redação FM

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