Em diferentes investigações, senadores são acusados de crimes como peculato e desvio de verbas parlamentares
A Polícia Federal deflagrou, somente nesta semana, duas investigações contra parlamentares da Câmara e do Senado.
Na quinta-feira (18), o senador Weverton Rocha (PDT-MA) foi alvo de um mandado de busca e apreensão relacionado aos desvios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e, nesta sexta-feira (19), foi a vez dos deputados Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ).
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Operação Sem Desconto
Rocha é um dos alvos da operação Sem Desconto, que investiga o escândalo de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do INSS. O senador é apontado como a liderança política do grupo criminoso e como sócio oculto de Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”.
Na casa do parlamentar foram encontrados valores em dinheiro vivo e celulares espalhados pelo gramado em frente à residência.
A PF chegou a solicitar que Rocha fosse preso preventivamente, mas o pedido não foi acatado pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), André Mendonça.
O magistrado, que de início disse haver “fortes indícios” da ação de Rocha, seguiu o entendimento do MPF (Ministério Público Federal) de que não há provas contundentes que conectam o senador aos crimes cometidos.
Em nota à imprensa, Weverton Rocha afirma ‘ser inocente’ e que ‘relações profissionais de terceiros’ não podem ser usadas como provas para acusá-lo sem ‘fatos concretos’. O senador permanece com seu mandato e afirmou que irá colaborar com as investigações.
Ao todo, a PF cumpre 52 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de prisão preventiva.
São também alvos desta fase da operação: Adroaldo Portal, secretário-executivo do Ministério da Previdência Social; Romeu Carvalho Antunes, filho do “Careca do INSS”; e Éric Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis.
Operação Galho Fraco
A mais recente operação da Polícia Federal tem como foco um suposto desvio de recursos públicos originados de cotas parlamentares. A PF cumpre, ao todo, sete mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e no Distrito Federal emitidos pelo STF.
A linha central da investigação aponta que estariam envolvidos agentes políticos, servidores comissionados e particulares em uma ação conjunta de desvio e ocultação de verba pública.
Nesta manhã, foram alvos de investigação as residências dos deputados Carlos Jordy e Sóstenes Cavalcante. Jordy foi acusado de desviar recursos de cotas parlamentares para uma empresa fantasma de aluguel de carros, enquanto no caso do líder do PL na Câmara, foram apreendidos R$ 400 mil em espécie dentro de um armário em um de seus imóveis.
Jordy se manifestou em suas redes sociais após o ocorrido. “Hoje, no aniversário da minha filha, a PF fez busca e apreensão novamente na minha casa por determinação de Flávio Dino. Perseguição implacável!”, publicou.
O deputado se defendeu alegando que faz uso dos serviços da empresa desde seu primeiro mandato, e acrescentou que o companheiro de partido e de investigação, Cavalcante, também o faz.
Sóstenes Cavalcante também se pronunciou, negando a prática de quaisquer atos criminosos. O deputado afirmou que o dinheiro encontrado trata-se de um valor recebido pela venda de um imóvel, mas acrescentou que não sabe dizer quando essa venda teria ocorrido e se negou a compartilhar a localização do imóvel.
“Com essa correria de trabalho acabei não fazendo o depósito. Ninguém pega dinheiro ilícito e bota dentro de casa”, disse.
Sobre as denúncias ligadas ao aluguel de carros, Cavalcante afirmou fazer uso dos veículos e que não sabe os detalhes das contratações. Por fim, o parlamentar acusou a operação de servir como ‘cortina de fumaça’ para favorecimento da esquerda, e que está em curso uma perseguição contra parlamentares de direita.
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