Estudo do NCPI revelou que, nos últimos 10 anos, o acesso às redes feita por crianças mais que dobrou, passando de 11% para 23%
Um dado que deve colocar os pais em alerta: 71% das crianças entre 3 e 5 anos e 78% dos pequenos de 0 a 3 anos já fazem uso da internet, segundo dados do estudo “Proteção à primeira infância entre telas e mídias digitais”, publicado pelo Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI) e divulgado na última terça-feira (17). Nos últimos 10 anos, o acesso às redes feita por menores mais que dobrou, passando de 11% para 23%.
Segundo a pesquisa, 44% dos pequenos com até dois anos de idade ficam nas telas diariamente. Quanto menor a renda da família, maior o tempo das crianças em frente às telas, ou seja, 69% dos menores de baixa renda são expostos a tempo excessivo de tela.
Vale ressaltar que a Sociedade Brasileira de Pediatria não recomenda qualquer uso de telas para crianças menores de 2 anos. Para a faixa etária entre 2 e 5 anos, a indicação é de no máximo uma hora por dia, sempre com a presença e supervisão de um adulto responsável.
Para a diretora de Educação na Rede Adventista, a psicóloga Alzira Luciana Ferraz de Souza, que também é Mestre em Educação, pedagoga e psicopedagoga, o tempo para brincadeiras está cada vez mais reduzido, a leitura tem sido deixada de lado e o prejuízo cognitivo e até emocional tem sido perceptível. “O convívio familiar também está comprometido, pois não apenas as crianças estão envolvidas com as tecnologias, mas os adultos também”, alerta .
Ela ressalta que a família deve orientar, estabelecer limites e acompanhar o uso da internet. “Mas claro, é uma responsabilidade que pode ser compartilhada com a escola, que também podem orientar, seguir a lei que proíbe o uso do celular e proporcionar um ambiente educacional atraente com atividades em grupo estimulando a convivência e o diálogo”, justifica.
Contudo, a psicóloga lembra que, se bem direcionadas, a tecnologia pode produzir trabalhos escolares interessantes, ajudar a conhecer novas culturas e a desenvolver habilidades como pesquisar, criar e expressar ideias. “Em alguns casos pode conectar pessoas que estão distantes e isso pode ser rico e produtivo. Mas mesmo assim é necessária cautela”, afirma Souza.
O estudo “Proteção à primeira infância entre telas e mídias digitais” ouviu 822 cuidadores de crianças de 0 a 6 anos e mostrou que, mesmo com os responsáveis reconhecendo a importância de impor limites.
Comunhão
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