Morte de ex-delegado em São Paulo foi encomendada pelo PCC, conclui Ministério Público

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Morte de ex-delegado em São Paulo foi encomendada pelo PCC, conclui Ministério Público

 

      Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado-geral da Polícia Civil de SP, foi executado em Praia Grande em setembro; MP aponta mando do PCC. - Foto reprodução

Gaeco denuncia oito integrantes da facção por homicídio qualificado, organização criminosa armada e outros crimes

Porto Velho, RO – O Ministério Público de São Paulo concluiu que o assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil paulista, Ruy Ferraz Fontes, executado a tiros em setembro deste ano em Praia Grande, foi ordenado pela cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo o Gaeco, o crime foi uma retaliação direta à atuação histórica do delegado no enfrentamento ao grupo criminoso.

A denúncia foi enviada nesta sexta-feira (21) ao Tribunal de Justiça de São Paulo e enquadra oito pessoas pelos crimes de organização criminosa armada, homicídio qualificado consumado e tentado, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e favorecimento pessoal.

Denunciados pelo MP-SP

  • Felipe Avelino da Silva (Mascherano)

  • Flávio Henrique Ferreira de Souza (Beicinho ou Neno)

  • Luiz Antonio Rodrigues de Miranda (Gão ou Vini)

  • Dahesly Oliveira Pires

  • Willian Silva Marques

  • Paulo Henrique Caetano de Sales (13 ou PH)

  • Cristiano Alves da Silva (Cris Brown)

  • Marcos Augusto Rodrigues Cardoso (Pan, Fiel ou Penelope Charmosa)

Com o recebimento da denúncia, os acusados passam a responder oficialmente pelo crime. O Gaeco afirma que as investigações continuam para identificar outros envolvidos.

Execução planejada

De acordo com o Ministério Público, o crime foi meticulosamente planejado. Os responsáveis monitoraram a rotina do delegado, montaram uma estrutura logística com imóveis de apoio, veículos de fuga e acesso a armamentos de alto calibre. Para dificultar a elucidação do caso, câmeras de segurança próximas ao local foram desligadas.

A emboscada ocorreu após uma perseguição em alta velocidade, que levou ao capotamento do carro de Ruy Fontes. Os criminosos dispararam mais de 20 tiros de fuzil contra o delegado. Após a execução, os veículos utilizados — todos roubados — foram abandonados, e um deles incendiado para eliminar vestígios.

Retaliação ao combate ao crime organizado

Ruy Ferraz Fontes foi um dos principais nomes da Polícia Civil no enfrentamento ao PCC. Ingressou na corporação nos anos 1980 e passou por unidades estratégicas como Denarc, Dope e Deic. Foi responsável por divulgar, no início dos anos 2000, organogramas inéditos da facção e, em 2006, liderou o indiciamento de sua cúpula, incluindo Marcos Camacho, o Marcola.

Segundo o Gaeco, a ordem para a execução teria partido da “sintonia geral” do PCC — núcleo interno responsável por monitorar autoridades envolvidas na repressão ao crime organizado. Um relatório policial de 2019 já indicava que a facção tinha o assassinato do delegado como um dos seus principais objetivos.

Até o momento, a Polícia Civil de São Paulo já indiciou 12 envolvidos no caso. A Justiça determinou a soltura de cinco deles.

da redação FM

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