O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a urgência de um diálogo direto com o governo dos Estados Unidos para combater a evasão de divisas e a lavagem de dinheiro.
© Antonio Cruz/Agência Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou a necessidade de uma parceria com o governo dos Estados Unidos para coibir crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, especialmente após a deflagração da Operação Poço de Lobato contra fraudes no setor de combustíveis.
Haddad explicou que criminosos têm utilizado o estado de Delaware, nos EUA, como um paraíso fiscal. O dinheiro é retirado ilegalmente do Brasil e, depois, reintroduzido “lavado” como se fosse investimento estrangeiro.
“A última operação foi de R$ 1,2 bilhão de envio para esses fundos em Delaware, e que voltam pra cá na forma de aplicação, como se fosse um investimento estrangeiro. Mas, na verdade, o dinheiro saiu daqui.”
Ele e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, conversaram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a urgência dessa articulação.
Desdobramentos da Investigação
A partir dessas investigações, a Polícia Federal (PF) irá mobilizar a Interpol e atuar na recuperação de ativos no exterior. O Ministério da Fazenda já encaminhou uma representação ao Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, contendo 300 páginas de toda a movimentação financeira do esquema criminoso.
A Operação Poço de Lobato, um desdobramento da Operação Carbono Oculto, foi deflagrada em cinco estados (Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo) para desarticular um esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
A Receita Federal identificou 17 fundos ligados ao grupo, com patrimônio líquido de R$ 8 bilhões bloqueados somente hoje.
“Você precisa atuar também pelo andar de cima. É o andar de cima que irriga com bilhões as atividades criminosas. Só hoje foram R$ 8 bilhões [bloqueados].”
Apelo ao Devedor Contumaz
Haddad aproveitou para reiterar o apelo ao Congresso para que conclua a votação do projeto de lei do devedor contumaz. O texto cria um regime específico para punir o contribuinte que sonega impostos de forma deliberada e recorrente, separando-o do “bom contribuinte”.
O projeto já foi aprovado no Senado e aguarda tramitação na Câmara. O ministro afirmou que o projeto, que considera “muito equilibrado”, protege “99%” dos contribuintes honestos e que, se for sancionado ainda este ano, o governo entrará em 2026 “mais forte nesse tema”.
Por Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil - 20
da redação FM
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