Em entrevista ao Resenha Política, senador reafirma pedido de impeachment de Alexandre de Moraes, descarta narrativa de golpe em 8 de janeiro e mantém plano de As informações são do site Rondônia Dinâmica.
Porto Velho, RO – Em entrevista conduzida por Robson Oliveira no podcast Resenha Política, realizado em parceria exclusiva com o site de notícias Rondônia Dinâmica, o senador Marcos Rogério (PL) concentrou grande parte de suas declarações em críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e na defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar afirmou que “o Supremo Tribunal Federal, a partir das medidas adotadas por Alexandre de Moraes, capturou o poder no Brasil, capturou a democracia no Brasil”. As informações são do site Rondônia Dinâmica.
Disse ter protocolado requerimento de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes “com 41 assinaturas de senadores”, sustentando que esse é o instrumento constitucional adequado para “enfrentar desmandos do Judiciário”. Declarou ainda ter “evoluído” de posição e que hoje apoiaria a instalação de uma CPI não para “investigar atos jurisdicionais”, mas para apurar “desvio de conduta do magistrado”, citando hipóteses como “discurso fora dos autos, pré-julgamentos e uso da toga para finalidades distintas da investidura”.
Para o senador, a tese de “tentativa de golpe” é “inexistente”, pois “não houve logística militar, apoio de Forças Armadas ou governadores”; os eventos de 8 de janeiro, segundo ele, configuram “vandalismo punível individualmente, mas não golpe”. Ao tratar do processo que envolve Bolsonaro, criticou “vazamentos”, apontou “ilegalidades e abusos” e atacou a composição da turma responsável pelo julgamento, afirmando que há “impedimentos” por envolvimentos anteriores e defendendo que o caso deveria ir ao plenário. Em sua avaliação, o ex-presidente “está preso, proibido de se comunicar”, e “uma eleição sem o Bolsonaro nesse momento [...] é golpe”. Questionado sobre o pós-Bolsonaro, disse ver “vários nomes” no campo da direita e citou Tarcísio de Freitas como o preferido “pela proximidade e capacidade”, ressaltando que uma candidatura presidencial do governador paulista dependeria de “chamado” do ex-presidente.
No bloco político-eleitoral, Marcos Rogério afirmou que seu “plano A” é a reeleição ao Senado Federal e que a definição ocorrerá “mais adiante”, condicionada à conjuntura nacional: “A fotografia do dia mostra uma pré-candidatura à reeleição ao Senado; lá na frente isso pode mudar”.
Relatou que, no passado, “o presidente Bolsonaro preferia” sua permanência no Senado e, no cenário atual, teria feito “um apelo” para que o parlamentar reavaliasse a possibilidade de continuar na Casa “diante da situação conturbada” envolvendo decisões do STF e restrições impostas ao ex-presidente. Comparando o momento atual com a Lava Jato, disse que, se vícios processuais anularam ações naquela operação, “o que está acontecendo hoje no âmbito do Supremo é muito grave por ser a última instância”.
Questionado sobre manifestações, reconheceu “erros” de comunicação no entorno de Bolsonaro e afirmou que o ex-presidente “deveria ter falado à militância” após as eleições. Ao comentar relatos sobre discussões extremadas no período, sustentou que “o crime pensado não é punível”, lembrando que o Direito prevê punição para tentativa ou consumação e, em casos específicos, atos preparatórios.
A respeito de Rondônia, o senador direcionou críticas à gestão estadual, apontando “agravamento” na saúde pública e problemas de segurança. Disse que “a fila de regulação” persiste por falta de cirurgias eletivas e citou valores orçamentários: quando disputou o governo, “o Estado tinha 13 bilhões”; hoje, “17,2 bilhões”, enquanto “o orçamento da saúde caiu de 2,3 bi no ano passado para 2,1 bilhões neste ano”. No campo da segurança, afirmou que “o crime organizado ganha terreno”, inclusive “com áreas de reservas dominadas”, e avaliou que “o Estado perdeu a mão no orçamento” e que “não existe vácuo de poder”: se o Executivo não lidera, “alguém vai fazer”.
Disse manter conversas com pré-candidatos ao governo e relatou “alinhamento mais consolidado” com o deputado federal Fernando Máximo, cujo destino partidário, segundo ele, pode sofrer influência do prefeito de Porto Velho, Léo Moraes; afirmou que “antigas desavenças” com o prefeito “foram superadas”. Ao tratar de estratégias eleitorais, disse que o PL trabalha com “dois nomes para o Senado” e que vê como “natural” a composição com candidato a governador de outra legenda, avaliando cenários “com Bolsonaro em campo e sem Bolsonaro em campo”.
Citou a força inicial do nome de Bruno Scheid ao Senado quando apresentado por Bolsonaro e observou que o desempenho de todos os aliados varia conforme a presença ou não do ex-presidente “no dia a dia da campanha”.
Na parte final, o senador abordou sua trajetória recente e declarou ter “evoluído” após a eleição de 2022, quando foi candidato ao governo. Afirmou ter cometido “muitos erros” e disse que “perdeu para si mesmo” por “deixar de conversar, de dialogar e de fazer alianças”, reconhecendo que “foi um erro político que custou uma eleição”.
Reiterou que Rondônia “não fica em segundo plano” em sua atuação e citou problemas de infraestrutura, como “rodovias estaduais esburacadas e sem sinalização”, lembrando a necessidade de “uma alternativa de ponta a ponta à BR-364”. No encerramento, trocou cumprimentos com o apresentador, que reforçou a audiência do programa e convidou os seguidores do senador a acompanharem o Resenha Política nas plataformas digitais. As informações são do site Rondônia Dinâmica.
Por Redação | Rondônia Dinâmica
da redação FM