Internet e linhas telefônicas foram cortadas em Gaza, um sinal de que as operações terrestres israelenses devem aumentar, segundo residentes e autoridades locais.
A Faixa de Gaza sofreu um apagão total de internet e linhas telefônicas nesta quinta-feira (18), o que é visto por residentes como um mau presságio para o avanço das operações terrestres israelenses. Moradores relataram a presença de tanques de Israel em duas áreas da Cidade de Gaza, que servem como portas de entrada para o centro urbano, onde grande parte da população está abrigada.
A Empresa Palestina de Telecomunicações confirmou a interrupção dos serviços, atribuindo-a aos “ataques contínuos”. A situação, descrita como “desesperadora” por um morador, deixa as pessoas sem comunicação e aumenta o medo, já que muitos não têm condições de fugir da região. As Forças Armadas israelenses, em nota, informaram que estão expandindo suas operações na Cidade de Gaza, mas não mencionaram o apagão.
Expansão das operações e contexto humanitário
Desde 10 de agosto, centenas de milhares de palestinos fugiram da Cidade de Gaza, mas um número considerável permanece no local, abrigando-se entre as ruínas ou em acampamentos improvisados. As forças israelenses têm lançado panfletos pedindo que os moradores se dirijam a uma “zona humanitária” no sul do território.
No entanto, as condições nesses locais são precárias, com escassez de alimentos, medicamentos e abrigo. A ofensiva, que já dura dois anos, tem como objetivo, segundo Israel, esmagar o grupo militante palestino Hamas e libertar os reféns restantes, mas tem atraído condenação internacional. As autoridades de saúde de Gaza registraram a morte de pelo menos 14 palestinos nesta quinta-feira em ataques israelenses, incluindo nove na Cidade de Gaza.
Por Nidal al-Mughrabi - Repórter da Reuters - 20
da redação FM