Palestras inspiradoras, treinamentos práticos e a diplomação marcaram o encerramento da imersão dos 31 profissionais da imprensa
O estágio promovido pelo Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB) chegou ao seu ponto alto nos dias 04 e 05 de setembro, quando os 31 jornalistas e assessores de imprensa viveram momentos que uniram aprendizado, emoção e experiências únicas ao lado das Forças Armadas.
Quarto dia: palestras e treinamento em ambiente químico
A manhã dia 04 começou com a jornalista Anabel Reis, repórter da Record e ex-aluna do curso. Ela compartilhou sua vivência em coberturas de conflitos urbanos no Rio de Janeiro, trazendo exemplos práticos dos riscos enfrentados e ressaltando a importância da consciência situacional.

Anabel também indicou documentários e referências internacionais, reforçando o valor de estudar casos reais para aprimorar a atuação da imprensa em cenários de instabilidade.
Na sequência, o jornalista Luis Kawaguti, especialista em segurança e defesa, durante a palestra relatou sua experiência na Ucrânia e no Haiti. Ao término, foi homenageado com a Medalha do Exército Brasileiro, entregue pelo Comandante do Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), Coronel Adenir Fernandes Nogueira, em reconhecimento à sua contribuição de destaque para a divulgação e valorização das atividades da Força Terrestre.

Kawaguti acompanhou de perto as tropas brasileiras no Haiti e registrou essa vivência no livro “A República Negra. Histórias de um repórter sobre as tropas brasileiras no Haiti”, no qual relata as ações desenvolvidas entre 2004 e 2006, durante a Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH).
Especialista em segurança, defesa e política internacional, Kawaguti tem acompanhado a atuação dos militares brasileiros em diferentes partes do mundo. A honraria recebida reflete o compromisso do Exército Brasileiro em reconhecer cidadãos que, por meio de seu trabalho e dedicação, fortalecem a imagem da Instituição junto à sociedade e ao cenário internacional.
À tarde, os estagiários foram recebidos na Divisão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DivDQBRN), onde aprenderam sobre agentes químicos usados em conflitos e formas de proteção. Em uma parte prática, vivenciaram os efeitos do gás CS, usado em dispersão de manifestações. “É uma sensação horrível, olhos e garganta queimam”, descreveu um dos participantes. Apesar do desconforto, a atividade foi monitorada e trouxe ensinamentos valiosos sobre atuação em cenários de risco.

O dia seguinte foi marcado pela visita ao Batalhão de Dobragem, Manutenção de Pára-quedas e Suprimento pelo Ar (DOMPSA), onde o Tenente Coronel Mauro Cesar da Cruz apresentou a rotina de checagem e dobragem dos paraquedas. Com o lema “Errar nunca”, explicou que todo o material é produzido no Brasil e destacou a impressionante média anual de 23 a 25 mil aberturas de paraquedas.

Na sequência, os participantes conheceram o Centro de Instrução Pára-quedista General Penha Brasil, fundado em 1945, onde puderam acompanhar treinamentos de salto e até experimentar simuladores. O Coronel Ribeiro apresentou a estrutura e os equipamentos de comunicação e defesa utilizados pelas tropas.

Outro momento marcante foi a visita ao Museu Aeroterrestre, conduzida pelo Coronel Frederico. Criado em 2005, o espaço preserva a memória dos paraquedistas militares do Brasil e abriu caminho para que os estagiários mergulhassem em relatos, objetos e equipamentos que contam a história de nossas tropas.

À tarde, os jornalistas apresentaram os trabalhos de conclusão do estágio, em um clima de emoção e amizade. O Coronel R1 Fernando Moleta destacou a relevância do programa:
“A importância desse estágio é fundamental. Ele prepara tanto o pessoal de campo quanto o de redação, que também precisa entender o que acontece em situações de conflito. Além disso, cumpre um papel secundário muito importante: aproximar os órgãos de imprensa das Forças Armadas e mostrar um pouco do trabalho que realizamos.”
Após as apresentações, aconteceu a solenidade de diplomação, aumentando ainda mais a emoção de todos presentes. O Comandante do Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), Coronel Adenir Fernandes Nogueira, reforçou a importância do estágio:
“A gente teve uma gama muito grande de meios utilizados, vocês mesmos viram: trabalhamos com munição, explosivos, blindados, deslocamento blindado e deslocamento aéreo. Foi uma série de atividades que envolveram risco, mas ninguém se machucou, não houve nenhum tipo de lesão. Isso, para nós, é muito gratificante, porque mostra que a segurança foi efetiva e trouxe um bom resultado.”
“A turma do EPJAIAC 2025 provou que unida, sabe respeitar diferenças, compartilhar aprendizados e atuar em sintonia. Estamos prontos para empunhar nossas armas, a verdade, a ética, a informação em defesa da sociedade.”
Uma experiência para toda a vida
O estágio da CCOPAB mostrou que a atuação da imprensa em áreas de conflito exige preparo, coragem e resiliência. Para os 31 participantes, os cinco dias foram mais do que um treinamento: foram uma vivência transformadora, marcada pela criação de amizades que vão ficar para sempre e por conhecimentos que nunca serão esquecidos.
Profissionais como o Capitão Mayron, o Major Brawler, o Coronel R1 Fernando Moleta e o Comandante do CCOPAB, Coronel Adenir Fernandes Nogueira, tiveram papel fundamental nessa jornada. A todos eles, e a cada momento vivido, só temos que agradecer.
Veja Também: