Vacina contra o HPV avança no Brasil, mas precisa resgatar adolescentes

Vacina contra o HPV avança no Brasil, mas precisa resgatar adolescentes

 Cobertura vacinal entre meninas de 9 a 14 anos superou a média mundial, porém, desafio é alcançar faixa etária dos 15 aos 19 anos.

        Cleiton Freitas



O Brasil superou a média global de vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV), que causa diversos tipos de câncer, como o de colo de útero. Segundo o Ministério da Saúde, a cobertura vacinal em meninas de 9 a 14 anos alcançou 82%, um avanço em relação a 2022. O progresso é parte da meta de atingir 90% até 2030, conforme o compromisso com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A vacinação em meninos também registrou crescimento, saindo de 45,46% para 67,26% em dois anos. No entanto, o Ministério da Saúde identificou que, em 2024, cerca de 7 milhões de adolescentes de 15 a 19 anos ainda não tinham recebido a vacina. Uma campanha de resgate lançada em fevereiro de 2025 vacinou apenas 106 mil jovens até o momento, número que preocupa especialistas.

Falta de informação é o principal obstáculo

O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Juarez Cunha, aponta a falta de informação como o principal fator para a baixa adesão entre os adolescentes. Para ele, é crucial utilizar ferramentas de comunicação que atinjam diretamente essa faixa etária. “Se levarmos o recado de que a vacina pode evitar doenças graves como o câncer de colo de útero, tenho certeza que teremos uma maior adesão”, afirmou Cunha à Agência Brasil.

A SBIm reforça que a hesitação em se vacinar também está ligada à “complacência” com doenças, ou seja, a falsa sensação de segurança por não ter conhecimento sobre a gravidade delas. Pesquisa da Fundação do Câncer mostra que grande parte dos jovens e adultos responsáveis não sabia que a vacina do HPV previne o câncer de colo de útero.

Ações para aumentar a cobertura e importância da vacina

Para melhorar os índices, o Ministério da Saúde tem fortalecido parcerias com sociedades científicas e o Ministério da Educação, realizando ações de vacinação em escolas e campanhas educativas. O governo também sancionou a Política Nacional para Enfrentamento do HPV, um conjunto de medidas para prevenção, detecção e tratamento do vírus.

A vacina é mais eficaz quando aplicada antes do início da vida sexual, por isso a faixa etária prioritária é de 9 a 14 anos. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 17 mil novos casos de câncer de colo de útero por ano no Brasil, sendo 99% deles causados pelo HPV. A vacina é uma ferramenta essencial para a prevenção de diversos tipos de câncer.

Por Bruno de Freitas Moura - repórter da Agência Brasil - 20

da redação FM

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