"Os hotéis parecem não estar cientes da crise que estão criando", declarou o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago. /// Reprodução
Porto Velho, Rondônia - A contagem regressiva para a COP30, marcada para ocorrer em Belém, já começou e restam apenas 100 dias até o evento. Entretanto, a conferência enfrenta sérios problemas logísticos e de conteúdo que podem comprometer sua realização.
Se a situação atual persistir, a COP30 corre o risco falhar e se tornar irrelevante.
A crise logística relaciona-se aos altos preços cobrados por hotéis e imóveis na cidade durante o evento. Alguns apartamentos na cidade estão com valores exorbitantes, com preços de aluguel que se assemelham ao custo de compra de um imóvel.
Embora seja comum que cidades anfitriãs de conferências aumentem seus preços durante o evento, os valores exigidos em Belém estão além do aceitável.
Conforme reportado pelo jornal Valor Econômico, representantes de três grupos de países solicitaram que a COP30 não ocorra em Belém.
Esses grupos incluem países insulares, nações africanas e representantes da América Latina, que afirmam que os altos preços inviabilizam a participação dos países em desenvolvimento.
O pedido foi feito em uma reunião emergencial convocadapela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, a UNFCCC.
O governo brasileiro tem um prazo até o dia 11 deste mês para apresentar uma proposta de solução antes da próxima reunião.
Em recente evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, confirmou a existência da crise: “Os hotéis parecem não estar cientes da crise que estão criando”, afirmou ele, segundo informações do O Globo
A magnitude dos problemas enfrentados levanta sérias dúvidas sobre a realização da COP30.
Embora as conferências climáticas tenham crescido em tamanho e importância, atraindo diversos setores da sociedade civil e do meio acadêmico, o foco principal das COPs permanece sendo as negociações entre os governos nacionais signatários da Convenção do Clima.
Para que uma COP seja aberta, é necessário um quórum mínimo de um terço das partes envolvidas, enquanto decisões exigem a presença de dois terços. Portanto, a legitimidade da COP30 está sob ameaça.
As consequências da não realização do evento são vastas desde um retrocesso no multilateralismo climático a um desafio significativo para o governo Lula em um ano eleitoral.
O governo do Pará divulgou uma nota informando que vem implementando medidas para garantir opções de hospedagem acessíveis durante a COP30.
Entre as ações mencionadas estão a contratação de navios para hospedagem flutuante e adaptações de escolas estaduais ao padrão hostel, além da promoção do aluguel temporário através de parcerias com plataformas digitais.
Fonte: O Antagonista
da redação FM