Nova fase da Operação Soldados da Usura cumpre mandados de prisão e bloqueia quase R$ 3 milhões em Rondônia

Nova fase da Operação Soldados da Usura cumpre mandados de prisão e bloqueia quase R$ 3 milhões em Rondônia

 

         Foto: Divulgação/ Rondoniaagora


Porto Velho, Rondônia - O Ministério Público de Rondônia (MPRO), com apoio das Polícias Civil e Militar, deflagrou nesta quarta-feira (16) uma nova etapa da Operação Soldados da Usura, denominada Soldados da Usura II, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que atuava com empréstimos ilegais e crimes correlatos no estado. A operação foi realizada simultaneamente nas cidades de Porto Velho e Buritis, e resultou no cumprimento de 7 mandados de prisão preventiva13 mandados de busca e apreensão e diversas medidas assecuratórias patrimoniais, que somam R$ 2.738.445,25 em bens bloqueados.

As ordens judiciais foram expedidas pela 1ª Vara de Garantias da Comarca de Porto Velho, que também autorizou o bloqueio de valores, imóveis, veículos e outros ativos relacionados aos investigados. As ações desta fase se concentram na chamada “equipe de cobrança” da organização, responsável pelos atos mais violentos, como extorsões sob grave ameaça e uso de armas de fogo.

Contexto da operação

A primeira fase da Operação Soldados da Usura foi deflagrada em 7 de fevereiro de 2025, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa voltada para a prática de usura — empréstimos a juros abusivos e ilegais — além de crimes de extorsão, estelionato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

De acordo com as investigações, a estrutura da quadrilha envolvia diferentes núcleos de atuação: desde a captação de clientes, passando pela formalização dos empréstimos, até o uso de violência física e psicológica nas cobranças, frequentemente resultando na expropriação de bens das vítimas.

Com base nas provas reunidas, o MPRO identificou que, mesmo após a prisão de alguns dos líderes do grupo na primeira fase da operação, os crimes continuaram sendo praticados por membros da equipe de cobrança, sob orientação dos chefes que seguem custodiados.

Atuação criminosa e perfil da organização

O grupo agia como uma espécie de “legião de saqueadores”, segundo os investigadores, empregando métodos violentos, ameaças armadas e intimidações sistemáticas para garantir o retorno dos valores emprestados — sempre com juros abusivos e ilegais. Em diversos casos, a cobrança resultava na perda total de patrimônio por parte das vítimas, incluindo imóveis, veículos e recursos financeiros.

As apurações apontam ainda que os recursos obtidos eram lavados por meio de empresas de fachada, compra de bens de luxo e movimentações bancárias simuladas, configurando um esquema estruturado de ocultação de patrimônio ilícito.

Mobilização e estrutura da operação

A segunda fase da operação contou com um efetivo de aproximadamente 90 pessoas, incluindo policiais militares, integrantes da Corregedoria da PMROpoliciais civispromotores de Justiça e servidores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO).

As equipes se deslocaram simultaneamente para os alvos em Porto Velho e Buritis, apreendendo documentos, equipamentos eletrônicos, veículos e outros bens que servirão como prova na continuidade das investigações.

Justificativa do nome da operação

O nome “Soldados da Usura” faz referência direta ao modus operandi da organização criminosa, que se comportava como um exército privado a serviço da agiotagem violenta, usando força física e armada para garantir o enriquecimento ilícito dos integrantes do grupo, à custa do sofrimento financeiro e emocional de dezenas de vítimas.

A continuidade da Operação Soldados da Usura reforça o comprometimento do Ministério Público e das forças de segurança de Rondônia no combate às organizações criminosas financeiras, que além de cometerem crimes econômicos, ameaçam diretamente a integridade física e a estabilidade patrimonial de cidadãos em situação de vulnerabilidade. As investigações continuam, com foco na responsabilização penal e no confisco dos bens ilícitos acumulados pelo grupo.

da redação FM

Postar um comentário (0)
Postagem Anterior Próxima Postagem
Aos leitores, ler com atenção! Este site acompanha casos Policiais. Todos os conduzidos são tratados como suspeitos e é presumida sua inocência até que se prove o contrário. Recomenda - se ao leitor critério ao analisar as reportagens.