Haddad: Governo tem plano para socorrer setores afetados por Tarifaço dos EUA

Haddad: Governo tem plano para socorrer setores afetados por Tarifaço dos EUA

 Ministro da Fazenda revela que plano de contingência para empresas brasileiras está pronto, mas Casa Branca impede diálogo.


          Lula Marques/Agência Brasil



O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou nesta quarta-feira, 23 de julho de 2025, que as áreas técnicas da equipe econômica e do Ministério das Relações Exteriores concluíram um plano de contingência. O objetivo é socorrer os setores da economia brasileira afetados pela imposição de tarifas de 50% pelos Estados Unidos. As medidas serão apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana, em Brasília.

Detalhes do plano de contingência

Haddad informou que os detalhes do plano serão finalizados. “A área técnica dos três ministérios envolvidos [Fazenda, Indústria e Relações Exteriores] vão me apresentar amanhã os detalhes. Provavelmente semana que vem nós devemos levar para o presidente [Lula]”, afirmou o ministro, sem adiantar as medidas específicas. O plano, elaborado com parâmetros definidos por Haddad e pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, ainda será avaliado pelos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Rui Costa (Casa Civil) antes da decisão final de Lula.

Negociações com os Estados Unidos

Fernando Haddad reiterou que a prioridade do governo continua sendo a negociação com os Estados Unidos. No entanto, o ministro admitiu dificuldades, pois a Casa Branca está “interditando qualquer debate”. Ele afirmou que, embora o Ministério da Fazenda esteja em contato com a equipe técnica do Tesouro americano, não há diálogo com o secretário Scott Bessent. O vice-presidente Alckmin, por sua vez, tem conversado com alguns secretários americanos, mas sem respostas da Casa Branca.

“A informação que chega é que o Brasil tem um ponto, o Brasil tem razão em querer sentar à mesa, mas que o tema está muito concentrado na assessoria da Casa Branca, daí a dificuldade de entender melhor qual vai ser o movimento [dos Estados Unidos]”, justificou Haddad. Apesar dos entraves, o ministro ainda vê espaço para negociações, citando acordos recentes dos EUA com Vietnã, Japão, Indonésia e Filipinas, além de avanços nas negociações com a União Europeia.

Apoio dos governadores

Haddad elogiou a iniciativa de governadores em oferecer ajuda aos setores de seus estados impactados pelo tarifaço do governo Donald Trump. Contudo, ele ponderou que as medidas locais têm alcance limitado diante do impacto nas exportações brasileiras.

O ministro mencionou uma linha de crédito de R$ 200 milhões anunciada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, exemplificando que esses valores são pequenos frente aos US$ 40 bilhões em exportações. Apesar do alcance restrito, Fernando Haddad reconheceu o esforço dos governadores em se mobilizarem, o que ele vê como uma mudança de postura. “É bom notar que eles estão mudando de posição, deixando de celebrar uma agressão estrangeira ao Brasil. Isso é importante: caírem na real e abandonarem o movimento inicial que fizeram de apoio ao tarifaço contra o Brasil”, comentou.

Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - 20

da redação FM

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