Focos de incêndio mudam paisagem de Porto Velho mesmo com campanhas educativas e risco de multa

Focos de incêndio mudam paisagem de Porto Velho mesmo com campanhas educativas e risco de multa

 

       Foto: Reprodução

Porto Velho, Rondônia - Mesmo com diversas ações educativas promovidas por órgãos públicos, os focos de incêndio continuam avançando e alterando drasticamente a paisagem urbana e ambiental de Porto Velho (RO). Na tarde desta quinta-feira (24), ao menos três focos de queimada foram registrados em áreas de vegetação próximas ao Parque Natural, no final da avenida Rio Madeira, zona norte da capital. Os incêndios se somam a outros ocorridos durante a semana, incluindo um caso classificado como criminoso em um terreno baldio na região central da cidade.

A fumaça densa e o forte cheiro de queimado têm gerado incômodo em diversos bairros e afetado principalmente crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias. A situação se agrava diante da baixa umidade relativa do ar e das temperaturas elevadas típicas do chamado Verão Amazônico, que favorece a propagação rápida das chamas.

Campanhas educativas e mobilização dos órgãos públicos

Desde o início do período seco, o Ministério Público de Rondônia (MPRO), a Prefeitura de Porto Velho e o Governo do Estado de Rondônia têm promovido campanhas educativas de conscientização por meio das redes sociais, outdoors, programas de rádio e televisão, alertando para os perigos do uso do fogo como método de limpeza de terrenos urbanos e rurais.

As mensagens destacam os impactos ambientais, os riscos à saúde humana e os prejuízos econômicos causados pelos incêndios, além de reforçar que provocar queimadas é crime ambiental, sujeito a multas e sanções penais. Em Porto Velho, a legislação municipal prevê multas que podem ultrapassar R$ 5 mil para quem for flagrado iniciando ou contribuindo para queimadas ilegais.

"A fumaça não conhece cercas. Quem põe fogo em um terreno coloca toda a vizinhança em risco. É um ato criminoso e será tratado como tal", destacou um comunicado recente do MPRO publicado nas redes sociais.

Riscos à saúde e ao meio ambiente

A queima de vegetação, mesmo em pequena escala, libera partículas tóxicas que comprometem a qualidade do ar e elevam os índices de internações por problemas respiratórios. O cenário é ainda mais preocupante quando somado às altas temperaturas e à estiagem prolongada, comuns entre os meses de junho e setembro.

Segundo profissionais da área da saúde, os efeitos mais comuns da exposição à fumaça incluem irritação nos olhos, agravamento de doenças pulmonares como asma e bronquite, dores de cabeça e desidratação. Em casos mais graves, há risco de insuficiência respiratória.

Do ponto de vista ambiental, as queimadas contribuem para a perda da biodiversidade, destruição de habitats naturais e aumento da vulnerabilidade de áreas verdes urbanas, como o Parque Natural de Porto Velho, que nos últimos anos tem sofrido recorrentes episódios de queimadas em seu entorno.

Denúncias e fiscalização

A Prefeitura orienta que a população denuncie casos suspeitos de incêndios criminosos por meio da Central de Atendimento 156 ou pelos canais da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros. As denúncias são fundamentais para a atuação rápida dos órgãos fiscalizadores e para responsabilização dos autores.

A fiscalização tem sido intensificada em terrenos baldios, loteamentos irregulares e áreas de expansão urbana. Equipes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema) realizam vistorias em parceria com a Polícia Ambiental e o Corpo de Bombeiros Militar de Rondônia (CBM-RO).

Apesar das campanhas e dos esforços de fiscalização, a persistência das queimadas em Porto Velho revela um desafio cultural e de consciência coletiva. Autoridades reforçam que o combate ao uso do fogo como prática comum depende da colaboração da sociedade e da aplicação rigorosa da legislação ambiental.


da redação FM

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