Brasil responderá Tarifaço dos EUA com Lei de Reciprocidade, afirma Lula

Brasil responderá Tarifaço dos EUA com Lei de Reciprocidade, afirma Lula

 Presidente Luiz Inácio Lula da Silva defende soberania nacional e refuta alegações de Donald Trump, anunciando contramedidas após imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.

        Marcelo Camargo/Agência Brasil



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quarta-feira, 9 de julho de 2025, que o tarifaço de 50% imposto por Donald Trump sobre todos os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos será respondido com a Lei de Reciprocidade Econômica. Em suas redes sociais, Lula defendeu a soberania do Brasil e classificou como falsa a alegação de Trump de que a taxação se justifica por um déficit na balança comercial com o Brasil.

A lei brasileira, sancionada em abril, estabelece critérios para a suspensão de concessões comerciais, de investimentos e de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual. Essas contramedidas são permitidas em resposta a ações unilaterais de países ou blocos econômicos que prejudiquem a competitividade internacional brasileira. “Neste sentido, qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica. A soberania, o respeito e a defesa intransigente dos interesses do povo brasileiro são os valores que orientam a nossa relação com o mundo”, afirmou o presidente Lula.

A legislação autoriza o Poder Executivo, em coordenação com o setor privado, a “adotar contramedidas na forma de restrição às importações de bens e serviços ou medidas de suspensão de concessões comerciais, de investimento e de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual e medidas de suspensão de outras obrigações previstas em qualquer acordo comercial do país”.

O governo brasileiro contesta veementemente a justificativa norte-americana sobre o suposto déficit. “As estatísticas do próprio governo dos Estados Unidos comprovam um superávit desse país no comércio de bens e serviços com o Brasil da ordem de 410 bilhões de dólares ao longo dos últimos 15 anos”, destacou a nota.

Lula reiterou que o Brasil é um país soberano, com instituições independentes, e “não aceitará ser tutelado por ninguém”. Ele também refutou as referências de Trump ao ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, e a ordens do STF contra apoiadores de Bolsonaro que residem nos EUA. “O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de estado é de competência apenas da Justiça Brasileira e, portanto, não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”, rebateu Lula.

O presidente brasileiro ainda abordou as críticas de Trump às decisões do STF sobre perfis em redes sociais que disseminam discurso de ódio e notícias falsas. Lula enfatizou que, “no contexto das plataformas digitais, a sociedade brasileira rejeita conteúdos de ódio, racismo, pornografia infantil, golpes, fraudes, discursos contra os direitos humanos e a liberdade democrática”. Ele concluiu que “no Brasil, liberdade de expressão não se confunde com agressão ou práticas violentas. Para operar em nosso país, todas as empresas nacionais e estrangeiras estão submetidas à legislação brasileira”.

Antes de publicar a nota, o presidente Lula coordenou uma reunião de emergência no Palácio do Planalto, que terminou por volta das 20h. O encontro contou com a presença de ministros-chave, como Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Rui Costa (Casa Civil) e Sidônio Palmeira (Secom), além do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin.

Por Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil - 20

da redação FM

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