Organizações de imprensa e integrantes do TSE boliviano denunciam ameaças de aliados do ex-presidente Evo Morales. /// Reprodução/redes sociais
Porto Velho, Rondônia - A liberdade de imprensa na Bolívia continua sob grave ameaça, conforme alertam organizações de jornalismo diante de uma crescente onda de violência, estigmatização e restrições contra profissionais e veículos de comunicação no país. Este cenário preocupante, que não é novo mas se intensificou desde janeiro, ocorre em um contexto de tensão eleitoral e crise econômica, colocando em risco o direito constitucional ao livre exercício do jornalismo.
Organizações alertam para deterioração do cenário
A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) manifestou preocupação com a situação, classificando-a como uma séria ameaça à liberdade de imprensa. Segundo a SIP, a organização insta o governo boliviano a fomentar um ambiente de respeito, a cessar a retórica de descrédito contra a mídia e a garantir condições seguras para o trabalho jornalístico.
Este apelo é reforçado pelo pronunciamento da Associação Nacional de Jornalistas da Bolívia (ANPB) e da Associação de Correspondentes da Imprensa Internacional (ACPI), que também registraram uma escalada de “ataques, assédios e restrições ao exercício jornalístico” ao longo dos últimos meses.
Incitação política e agressões diretas
Parte significativa dessa intensificação de ataques é atribuída a mensagens incitadas pelo ex-presidente Evo Morales. Apesar de uma proibição do Tribunal Constitucional, Morales tem buscado uma quarta candidatura presidencial e, juntamente com seus seguidores, acusa a imprensa de tentar anulá-lo politicamente.
Essa retórica hostil tem se traduzido em agressões diretas a jornalistas independentes em estradas e manifestações de rua, além de assédio disseminado nas redes sociais. Veículos de imprensa e integrantes do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) da Bolívia solicitaram medidas cautelares à Comissão de Direitos Humanos (CIDH), após receberem ameaças de aliados do ex-presidente Evo Morales.
Fato é que o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) da Bolívia confirmou a participação de dez candidatos nas eleições presidenciais marcadas para 17 de agosto, sem a presença do cocalero, oficialmente rejeitada.
Escalada de ataques
“Miami (23 de junho de 2025) – A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) expressa profunda preocupação com o aumento da violência, estigmatização e restrições contra jornalistas e meios de comunicação na Bolívia, o que representa uma séria ameaça ao direito constitucional à liberdade de imprensa. A organização insta o governo boliviano a promover um clima de respeito, cessar a retórica de descrédito contra a imprensa e garantir condições seguras para o exercício do jornalismo”…
Fonte: O Antagonista
da redação FM