Porto Velho, Rondônia - Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) desenvolveram um protótipo inovador para rastreamento de câncer de mama. O dispositivo utiliza pulsos eletromagnéticos para identificar alterações nos tecidos mamários, oferecendo uma alternativa mais acessível e menos invasiva em comparação à mamografia tradicional.
O funcionamento do aparelho é baseado na emissão de ondas eletromagnéticas que atravessam a pele, captando diferenças nas densidades dos tecidos da mama. As informações são processadas e transformadas em um mapa, possibilitando a identificação de possíveis tumores, sem a necessidade de compressão física, como ocorre na mamografia convencional.
Além do conforto, o protótipo apresenta vantagens econômicas e logísticas significativas. O custo de produção é estimado em cerca de 175 dólares, enquanto um mamógrafo tradicional pode variar entre 65 mil e 240 mil dólares. Por ser portátil, o equipamento facilita o atendimento em áreas remotas e de difícil acesso, ampliando as possibilidades de diagnóstico precoce.
Outro diferencial é que o método não utiliza radiação ionizante, como os raios-X, que podem apresentar riscos à saúde quando empregados com frequência. Assim, a nova tecnologia surge como uma alternativa segura e eficaz.
Embora ainda não esteja em fase de testes clínicos no Brasil, iniciativas semelhantes já são testadas em outros países, com resultados promissores. O desenvolvimento nacional, contudo, se destaca pelo baixo custo, o que pode favorecer sua adoção em larga escala pelo Sistema Único de Saúde (SUS) futuramente.
A discussão sobre métodos de rastreamento ocorre em meio a mudanças recentes nas recomendações para a realização da mamografia. A nova orientação da agência reguladora sugere que o exame seja feito a cada dois anos, a partir dos 50 anos. Anteriormente, a indicação era anual, a partir dos 40. Especialistas e entidades médicas expressaram preocupação com a possibilidade de que a recomendação seja utilizada por operadoras de planos de saúde como argumento para restringir o acesso ao exame por mulheres mais jovens, comprometendo a detecção precoce do câncer de mama.
De acordo com a Pesquisa FAPESP (2025), o desenvolvimento do equipamento representa um avanço na democratização do diagnóstico e pode, no futuro, permitir a realização de exames domiciliares, com segurança e praticidade.
da redação FM