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A região central do Brasil tem enfrentado temperaturas recordes nas últimas semanas, destacando-se como uma das áreas mais quentes do país. Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, aponta que a geografia da região contribui significativamente para a manutenção dessas temperaturas extremas.
“A região de Cuiabá, por exemplo, recebe muito ar quente da região Norte e, devido à sua posição geográfica, não sofre a influência do oceano. Está bem no centro do continente americano,” analisa Luengo. Além disso, ele menciona que essa época do ano, tradicionalmente a mais quente, favorece o calor em função da ausência de chuvas e das massas de ar frio que não avançam para a região.
Por que a Região Central do Brasil é Tão Quente?
De fato, a faixa central do Brasil tem sido a mais afetada pelo calor. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, oeste do Mato Grosso, Rondônia e sul do Amazonas estão registrando temperaturas até 5ºC acima da média por mais de cinco dias consecutivos.
Além do calor extremo, a umidade relativa do ar também fica baixa, especialmente em estados como São Paulo, Minas Gerais e Goiás, onde varia entre 30% e 20%. Somente Sergipe, Alagoas, Amapá e Roraima não apresentam regiões com expectativa de baixa umidade.
Quais Capitais São as Mais Quentes no Momento?
- Belém – máxima de 36°C
- Boa Vista – máxima de 37°C
- Campo Grande – máxima de 39°C
- Cuiabá – máxima de 41°C
- Goiânia – máxima de 36°C
- Manaus – máxima de 38°C
- Palmas – máxima de 37°C
- Porto Alegre – máxima de 36°C
- Porto Velho – máxima de 38°C
- Rio Branco – máxima de 36°C
- Rio de Janeiro – máxima de 37°C
- Teresina – máxima de 38°C
Com o calor extremo e a baixa umidade, a população deve ficar atenta aos problemas de saúde causados pelo tempo seco. O Ministério da Saúde recomenda aumentar a ingestão de líquidos, evitar exposição prolongada ao ar livre e manter ambientes internos umidificados.
Quando a Chuva Volumosa Deve Voltar?
Embora uma nova frente fria esteja prevista para se deslocar pelo país e oferecer alívio temporário, os meteorologistas ainda não esperam uma mudança significativa no padrão climático. Este sistema deve trazer chuvas para o Sul, Centro-Oeste e Sudeste, mas não será capaz de romper o bloqueio atmosférico responsável pela onda de calor.
Fábio Luengo explica que os bloqueios atmosféricos, que são sistemas de alta pressão, intensificam a circulação de ar de cima para baixo, aumentando as temperaturas e impedindo a formação de grandes nuvens de chuva.
Como Melhorar a Saúde no Tempo Seco?
- Aumentar a ingestão de água e líquidos para manter as membranas respiratórias úmidas.
- Reduzir ao máximo o tempo de exposição ao ar livre, preferindo ambientes ventilados com ar condicionado ou purificadores de ar.
- Fechar portas e janelas durante horários de maior concentração de poluentes.
- Evitar atividades físicas intensas entre 12h e 16h, quando as concentrações de ozônio são mais elevadas.
No entanto, Josélia Pegorim, outra meteorologista da Climatempo, lembra que a chuva volumosa, necessária para dissipar a poluição e a fumaça, só deve retornar de forma consistente a partir da segunda quinzena de outubro.
Até lá, as chuvas devem ocorrer de forma isolada no litoral do Nordeste, sudeste do Brasil e extremo Norte. Portanto, a população das áreas mais afetadas precisará conviver com o calor extremo e adotar medidas para minimizar os impactos à saúde.
TBN