Texto de Txai Suruí na Folha de São Paulo menciona senador de Rondônia como beneficiário de invasão de terras indígenas

Texto de Txai Suruí na Folha de São Paulo menciona senador de Rondônia como beneficiário de invasão de terras indígenas

 




Porto Velho, RO – O jornal Folha de S. Paulo, de circulação nacional, veiculou em sua contracapa, na edição do último sábado, 17, texto da ativista Txai Suruí.

O artigo tem como base informações divulgadas pela ONG (Organização Não-Governamental) “De Olho nos Ruralistas” por meio de um dossiê.

Entre os dados, a instituição alega que a fazenda de Jaime Bagattoli, do PL, senador de Rondônia, está invadindo Terra Indígena no estado, em Corumbiara.

O Portal UOL deu repercussão à situação. E o Rondônia Dinâmica reproduziu os dados à época.

Sobre isso, Txai Suruí menciona, entre outros pontos:

“No último dia 14, o site "De Olho nos Ruralistas" lançou a segunda parte do dossiê "Os Invasores: parlamentares e seus financiadores possuem fazendas sobrepostas a terras indígenas". Essa parte do dossiê mostra 42 políticos e seus familiares que são donos de propriedades rurais com sobreposições em terras indígenas, totalizando 96 mil hectares. Entre eles estão o senador Jaime Bagattoli (PL-RO) e os deputados federais Newton Cardoso Júnior (MDB-MG) e Dilceu Sperafico (PP-PR). Além disso, o relatório menciona 18 parlamentares que fazem parte da Frente Parlamentar Agropecuária e são financiados por empresários com sobreposições em terras indígenas”.

VEJA O TEXTO NA ÍNTEGRA:

Quem ganha com invasões

Por Txai Suruí


Quem se beneficia da invasão de terras indígenas no Brasil? Quem são os verdadeiros invasores? Mesmo diante da emergência climática e da preocupação global com nossas florestas e o clima, por que nossos parlamentares insistem em uma política antiambientalista e anti-indigenista? Quem ganha com a aprovação de projetos de lei como o 2903/23, que agora corre no Senado?

Por que dificultar a demarcação das terras indígenas quando essa é a medida mais apoiada pela população, de acordo com uma pesquisa da CNT?

No último dia 14, o site "De Olho nos Ruralistas" lançou a segunda parte do dossiê "Os Invasores: parlamentares e seus financiadores possuem fazendas sobrepostas a terras indígenas". Essa parte do dossiê mostra 42 políticos e seus familiares que são donos de propriedades rurais com sobreposições em terras indígenas, totalizando 96 mil hectares. Entre eles estão o senador Jaime Bagattoli (PL-RO) e os deputados federais Newton Cardoso Júnior (MDB-MG) e Dilceu Sperafico (PP-PR). Além disso, o relatório menciona 18 parlamentares que fazem parte da Frente Parlamentar Agropecuária e são financiados por empresários com sobreposições em terras indígenas.

O financiamento dos invasores que possuem propriedades sobrepostas a terras indígenas chega a R$5.313.843,44 e beneficiou 29 campanhas, incluindo as eleições presidenciais, governos estaduais, Congresso e Assembleias Legislativas. Entre os parlamentares que fazem parte da FPA, eles foram beneficiados com R$3.644.831,95.

O senador Jaime Bagattoli, do PL de Rondônia, é o maior beneficiário da FPA, recebendo R$2,98 milhões em doações de seu irmão e sócio, donos da Transportadora Giomila e da Fazenda São José, que se sobrepõe à terra indígena demarcada e homologada Rio Omerê, onde vivem os povos Akuntsu e Kanoê.

O senador Bagattoli, que possui a maior quantidade de Cadastros Ambientais Rurais sobrepostos a territórios indígenas em seu estado, será um dos parlamentares que irão votar no PL 2309/23, antigo PL 490/2007, que legisla a tese do marco temporal e dificulta a demarcação de terras para povos indígenas no Brasil.

Não devemos nos enganar pensando que aqueles que propõem um genocídio legalizado, não apenas contra os povos indígenas, mas contra o presente e o futuro das próximas gerações, não sabem as consequências de seus atos. Eles estão preocupados e interessados apenas em legislar em benefício próprio e continuar lucrando com a violação de nossos direitos e com a venda de nossas vidas.

Txai Suruí é a coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé e do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia.

da redação FM Rondôniadinamica





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