Segundo o Ministério da Justiça, pelo menos 60 mil refugiados venezuelanos vivem no Brasil. Dados foram compilados pela plataforma R4V
O número de venezuelanos cadastrados para receber o Auxílio Brasil, programa social destinado à população em situação de vulnerabilidade, cresceu 142% em um ano, entre novembro de 2021 e o mesmo período do ano passado. Os dados foram compilados pela Plataforma de Coordenação Interagencial para Refugiados e Migrantes da Venezuela (R4V), que reúne informações do governo federal.
Ainda há, no entanto, uma grande parcela de refugiados que teria direito ao benefício, mas não sabe onde realizar o requerimento. Carlos Eduardo Ventura, 26, conta que foi informado que não poderia receber o Auxílio Brasil, “porque chegou ao país depois da pandemia”, em 2021.
Ventura decidiu vir ao Brasil após a indicação de um amigo, que já estava no país, para uma vaga no restaurante em que trabalhava. “Eu tive bastante dificuldade porque cheguei aqui sem documentação, e precisei de muita ajuda, porque não sabia onde vir aqui no Brasil para tirar os documentos”, relata.
Ele e o amigo, Jorge Eliecer Ramos, 31, fazem parte da pequena parcela de refugiados venezuelanos que cruzaram a fronteira com um emprego garantido. Os dois enviam uma parte do dinheiro que recebem para a família, que ficou na Venezuela.
“Eu vim porque a situação está muito ruim no meu país. A gente não tem como viver, estamos passando fome”, lamenta Jorge. “É um desastre — salário mínimo muito baixo, não temos sequer medicamentos. Eu vim para o Brasil em busca de novas oportunidades e um futuro melhor”.
Longe de seus países de origem, refugiados se despedem dos próprios lares rumo ao Brasil, levando na mala a expectativa de encontrar qualidade de vida do outro lado da fronteira. Diferente de um imigrante comum, esses cidadãos fogem do país de origem forçados por situações adversas como perseguições políticas e religiosas, desastres naturais, guerras, violações de direitos humanos e extrema pobreza.
Entretanto, a recepção em território brasileiro nem sempre é acolhedora. Apesar de ser reconhecido internacionalmente como um dos países mais abertos a refugiados, índices de desemprego, insegurança alimentar e dificuldade de acesso à saúde e educação são desafios enfrentados pelos estrangeiros que chegam ao Brasil.
TB.

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