Fim do ano chegando… é hora de fazer uma “faxina emocional”

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Fim do ano chegando… é hora de fazer uma “faxina emocional”

 

Reorganizar a vida e o coração é primeiro passo da faxina integral para iniciar o ano com propósito. Foto: Freepik/Divulgação

Uma rotina que renova começa quando a fé reorganiza o que o peso emocional desordenou na vida ao longo do ano, abrindo espaço para uma nova forma de viver

Por Patrícia Esteves

À medida que o ano se aproxima do fim, cresce a sensação de que a virada trará, por si só, um recomeço. Mas a experiência cotidiana revela outra verdade, porque nenhuma mudança se sustenta quando o interior permanece desorganizado. Antes das metas, é a própria alma que pede revisão, nas emoções acumuladas, nos pensamentos dispersos, no cansaço que se instalou sem ser percebido. A faxina que antecede o novo ano não começa nos armários, mas no silêncio onde Deus realinha o que a rotina desalinhou, devolvendo clareza, propósito e fôlego para atravessar a próxima etapa.

Quando a trava não é externa

Amanda Veras, autora do devocional Conversa com Deus Pai, lembra que somos seres integrais e que qualquer desordem reverbera no restante da vida. Ela explica que “é de suma importância compreendermos a integralidade do nosso ser. Partindo desse pressuposto qualquer área em que somos acometidos pode nos afetar inteiramente”.

Para ela, mais do que chegar a algum lugar, importa o estado de quem chega. “O progresso pode acontecer, porém de forma disfuncional. A grande questão não é chegar, e sim como ele estará quando chegar lá”, explica.

Cuidar de si, segundo a autora, não é luxo espiritual, mas fundamento para continuar caminhando. “Comece cuidando de si, alimente-se bem, saiba descansar, desfrute de suas conquistas, alegre-se e seja grato pelo que se tem”, detalha ela.

E ela lembra que, em muitos momentos, aquilo que chamamos de atraso é, na verdade, cuidado divino. “Em alguns momentos acredito que Deus permite uma trava em nossa vida,  mas sim um convite a autorreflexão e alinhamento pessoal”, diz.

O impacto direto na fé e na oração

A bagunça interna não desorganiza apenas decisões; ela embaralha a percepção do agir de Deus. Amanda observa que “a desordem interna nos impede de saber fazer as escolhas corretas, de aquietar a alma e de discernir de fato o que está ocorrendo”.

Nesse cenário, a oração se torna eixo. “A oração e o tempo de meditação na palavra de Deus contribuem de maneira eficaz e significativa para o alinhamento da alma”. Ela reforça que emoções não podem conduzir a vida espiritual. “As emoções não existem com autonomia de conduzir a vida do indivíduo”, ensina.

Por isso, reorganizar-se por dentro vira uma forma de permanecer firme segundo a escritora. “É preciso silenciar a alma, reorganizar-se internamente e ainda que as emoções pareçam confusas permanecer na constante busca da orientação de Deus”.

A força dos pequenos atos

No devocional que conduz, Amanda trabalha decisões pequenas e constantes. Nada mirabolante, mas passos curtos, diários, que evitam que a desordem tome o controle. “As decisões diárias são uma forma de conduzir o indivíduo a refletir como aplicará o que meditou naquele dia, o método transforma o conhecimento em atitude prática”, descreve. Com o tempo, essa constância molda maturidade espiritual. “A decisão diária trabalha no interior a autorresponsabilidade e convida a decisões maduras que geram escolhas e transformação de vida”, diz.

Há sinais que a vida envia quando algo está fora do eixo. “O cansaço é uma evidência bem concreta e que pode responder a essa pergunta”, Amanda destaca o principal deles. Para ela, exaustão constante não significa produtividade, significa desajuste. “Podemos viver na ‘roda dos ratos’ produzindo, sem gerar resultado. Ou até mesmo, gerando resultado sem desfrutar”, destaca.

E lembra que o descanso é parte do desenho divino, não uma concessão eventual. “O cansaço pode nos distrair, e nos faz escolher rotas que desviam do destino que Deus tem pra nós”.

Por onde começar a faxina de um novo ano

Diante da dúvida prática – por onde começar, mente, casa ou coração? – Amanda é objetiva: “Recomendaria que começasse com tempo devocional buscando escutar a voz de Deus para saber de maneira eficaz qual o primeiro passo a ser dado”. Ela insiste que toda reorganização começa ouvindo. “A voz Dele é que pode nos conduzir as decisões assertivas e com bons resultados!”, reforça. E resume com simplicidade o ponto inicial da faxina: “Comece então conversando com Deus Pai!”.

A faxina de ano novo que Amanda propõe não tem nada de estética ou apressada. É um retorno ao essencial, ao ouvir, limpar e alinhar. Ela propõe uma pausa que devolve discernimento. Uma vida reorganizada, emocional, espiritual e fisicamente, não nasce da força de vontade isolada, mas desse encontro diário com Deus, capaz de restaurar o interior antes de conduzir qualquer exterior.

Comunhão

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