Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano pela quarta vez consecutiva. O índice segue no maior patamar em quase duas décadas — nível semelhante apenas ao registrado em julho de 2006. A decisão ocorre em meio a críticas crescentes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pressiona por um ciclo de cortes para estimular a atividade econômica.
No comunicado divulgado após a reunião, o Banco Central fez mudanças pontuais no texto e evitou indicar qualquer previsão de redução dos juros. Segundo o colegiado, o momento exige prudência.
“O cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária”, afirmou o Copom. “A estratégia em curso, de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado, é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta.”
Quatro decisões seguidas sem cortes
A última alteração na taxa básica ocorreu em 18 de junho, quando o BC elevou a Selic em 0,25 ponto percentual. Desde então, o comitê manteve o índice inalterado nas quatro reuniões seguintes, sinalizando uma postura mais rígida e focada no controle da inflação.
O Banco Central reiterou que não descarta voltar a subir os juros caso considere necessário: “Não hesitaremos em retomar o ciclo de ajuste, caso julgue apropriado”.
Pressões sobre a política monetária
A decisão do Copom ocorre em meio ao debate sobre se o atual nível de juros — o mais alto desde 2006 — será suficiente para manter a inflação sob controle. Apesar de críticas do governo federal, a autoridade monetária reforça que a estratégia atual é adequada diante do ambiente econômico incerto.
Entre os fatores que pesaram pela manutenção da taxa estão:
Expectativas de inflação ainda elevadas, principalmente para horizontes mais longos.
Mercado de trabalho resiliente, com desemprego em 5,4% no trimestre encerrado em outubro, uma das mínimas históricas.
Oscilação recente do dólar, pressionado também após o anúncio da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República.
Expectativas de inflação seguem distantes da meta
Apesar de terem recuado desde novembro, as projeções de inflação continuam acima do objetivo oficial de 3%. Para 2025, a estimativa passou de 4,55% para 4,40%, ficando abaixo do limite de tolerância de 4,50%.
Para 2026, a projeção diminuiu de 4,20% para 4,16%. Já para prazos mais longos, as expectativas permanecem praticamente estáveis:
3,80% para 2027
3,50% para 2028
Segundo o BC, a persistência de expectativas elevadas em horizontes maiores é uma preocupação relevante para a condução da política monetária.
nflação dentro da meta e sinais de desaceleração econômica
Por outro lado, o Banco Central aponta resultados mais claros do impacto da política de juros. O IPCA de novembro fechou em 4,46%, dentro do intervalo de tolerância da meta — algo que não acontecia desde setembro de 2024.
Além disso, o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre registrou alta marginal de 0,1%. Embora modesto, o desempenho reforça, segundo o BC, a leitura de desaceleração da atividade econômica necessária para reduzir pressões inflacionárias.
No cenário externo, o ambiente também se mostra mais favorável, impulsionado especialmente pela redução dos juros nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed).
da redação FM
Postar um comentário