Porto Velho, RO - O jornalista Osmar Silva, do site Tudo Aqui, fez um desabafo contundente sobre a atual situação da imprensa em Rondônia e a crescente perda de espaço da categoria diante das mudanças no mercado digital. A fala, enviada em um grupo interno de profissionais da comunicação, ganhou repercussão entre jornalistas, radialistas, influenciadores e comunicadores.
Osmar destacou que a classe está fragmentada, sem articulação coletiva e cada vez mais vulnerável a decisões externas — especialmente em um momento sensível, no qual a licitação da comunicação da Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE-RO) está sub judice, gerando insegurança e inquietação no setor.
“Estamos deixando a representação da categoria se esvaziar”
O jornalista ressaltou que a imprensa possui entidades, confrarias e coletivos que, mesmo sem formalidade plena, ainda conseguem reunir profissionais ativos. Para ele, esses espaços precisam ser fortalecidos urgentemente.
“As entidades existem para defender a categoria. Não importa se é jornalista, influenciador, radialista ou comunicador. As redes sociais misturaram tudo, e todo mundo está no mesmo mercado. O problema é que estamos deixando a representação da categoria se esvaziar.” “Se não nos organizarmos, tudo vai parar na Justiça — e é isso que muitos querem”
Osmar alertou que, diante da falta de união da classe, qualquer conflito ou demanda da imprensa acaba sendo empurrado para o Judiciário. E, segundo ele, isso é justamente o que favorece quem deseja impor controle ou limitar a atuação da comunicação.
“Quando deixamos tudo cair no colo da Justiça, abrimos espaço para controle e censura. É tudo o que eles querem. Precisamos resolver dentro da própria categoria, com diálogo e organização.”
Ele lembrou ainda que recentemente uma grande página nacional foi derrubada sem aviso prévio, reforçando que a imprensa precisa reagir de forma conjunta para não perder mais espaço. “O mercado mudou — e nós precisamos mudar juntos”
Osmar pediu mais união entre jornalistas, comunicadores, microempreendedores da comunicação, influenciadores e veículos independentes. Segundo ele, todos dividem o mesmo ecossistema e precisam ter consciência da força que possuem juntos.
“Somos nós que precisamos assumir nossas responsabilidades, valorizar nossa profissão e entender que todos têm direito de existir no mercado, cada um com seu estilo.”
“Não estamos usando a força que temos”
O jornalista finalizou afirmando que a categoria tem poder, relevância e audiência, mas não está ocupando seu próprio espaço de maneira organizada.
“Nós é que não estamos usando a força que temos. Precisamos refletir sobre isso. A imprensa tem valor, mas só será respeitada quando agir como classe.”
O desabafo, segundo ele, não é crítica pessoal contra ninguém, mas um chamado à reflexão num momento em que a comunicação rondoniense afronta desafios importantes — entre eles, a indefinição jurídica da licitação da ALE e a crescente instabilidade do mercado digital.
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