Escândalo nacional obrigou deputado rondoniense de 66 anos a demitir a mulher, de 32 anos, cunhada e 2 concunhados na Câmara
O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, exonerou nesta sexta-feira (7) a companheira, uma cunhada e dois concunhados do próprio gabinete na Câmara dos Deputados. A medida ocorreu um dia após a revelação, pelo portal Metrópoles, de que os familiares recebiam juntos mais de R$ 2,1 milhões em salários pagos com recursos públicos. A informação foi confirmada pelo gabinete, embora ainda não conste no boletim administrativo da Casa.
Na quinta-feira (6), o parlamentar havia negado qualquer irregularidade e afirmou não ver problema nas nomeações. A principal beneficiada era a companheira, Elizabeth Dias de Oliveira, de 32 anos, que recebeu cerca de R$ 1,2 milhão desde 2020, quando passou a atuar como secretária parlamentar. O casal declarou união estável em janeiro de 2022.
Além de Elizabeth, o gabinete contava com a irmã dela, Naara Star de Oliveira Souza Dias, nomeada em 2022, que recebeu R$ 386,5 mil no período, com salário bruto de R$ 8,7 mil. Outra parente, Gabriela Aparecida de Lima Oliveira, concunhada do deputado, foi contratada em 2022 e chegou a receber R$ 16,5 mil mensais, totalizando R$ 532,7 mil.
O grupo familiar se completava com Luy Ferreira Sobral, namorado de Naara, nomeado em agosto de 2024. Ele teve remuneração bruta de R$ 18,7 mil, com benefícios que elevaram o total mensal a R$ 23,8 mil.
A Constituição Federal e a Súmula nº 13 do Supremo Tribunal Federal proíbem a nomeação de cônjuges e parentes até o terceiro grau em cargos comissionados. O Tribunal de Contas da União (TCU) reconhece que a união estável cria vínculo de afinidade e pode configurar nepotismo. A Câmara também possui norma interna, a Resolução nº 1/2007, que veda contratações dessa natureza.
Questionado, Chrisóstomo sustentou que as nomeações não violavam a lei, alegando que parte dos familiares já trabalhava na Câmara antes do relacionamento. Documentos oficiais, contudo, indicam que apenas Elizabeth estava no cargo antes da formalização da união.
Em nota divulgada nesta sexta-feira, o gabinete informou que os quatro assessores “não integram mais a equipe” e destacou o “trabalho diligente e comprometido com as causas do povo de Rondônia e do Brasil”. O comunicado também ressaltou a atuação do parlamentar em comissões e projetos, como a relatoria do projeto do IOF e o pedido de criação da CPMI do INSS.
Natural de Tefé (AM) e criado em Rondônia, João Chrisóstomo de Moura foi eleito deputado federal em 2018 pelo antigo PSL e reeleito em 2022 pelo PL. Coronel da reserva do Exército, de 66 anos, recebe R$ 27,5 mil como militar e se define como defensor de pautas conservadoras, religiosas e alinhadas ao bolsonarismo. As informações são do Portal Metrópoles.
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