Letalidade da Operação Contenção desrespeita comunidades, dizem ONGs

Banner 970x250

Letalidade da Operação Contenção desrespeita comunidades, dizem ONGs

 A Operação Contenção, considerada a mais letal da história do país com mais de 120 mortos, foi condenada por organizações como Instituto Sou da Paz e Justiça Global por reproduzir uma lógica violenta e desrespeitar os direitos humanos.

       © Tomaz Silva/Agência Brasil



A Operação Contenção, deflagrada nesta terça-feira (28) pelas polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, resultou em mais de 120 mortes. Organizações não governamentais (ONGs) e grupos de direitos humanos criticaram o método e os resultados da ação, que classificam como um “desastre planejado”.

Para Carolina Ricardo, diretora executiva do Instituto Sou da Paz, a operação repete uma lógica antiga. O modelo se baseia em ações violentas que geram caos e vitimam moradores, mas não atinge o coração do crime organizado.

Críticas ao planejamento e à ADPF 635

A pesquisadora afirmou que a ação descumpriu a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635. Esta é um conjunto de medidas do Supremo Tribunal Federal (STF) para o planejamento de políticas de segurança no estado.

Carolina Ricardo criticou falhas no planejamento, como o uso de policiais inexperientes e a violência vista nos corpos das vítimas. Ela entende que a Operação Contenção obedece a um cálculo político, sendo um “modo de fazer política” usado pelo governador Cláudio Castro, que reverte em capital político.

Luís Flávio Sapori, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), afirma que o modelo de atuação da polícia no Rio é de “guerra particular” com o objetivo de exterminar o inimigo. Ele fez uma relação entre a alta letalidade da polícia fluminense e a corrupção na corporação.

Denúncias de massacre e indícios de execução

Glaucia Marinho, diretora-executiva da ONG Justiça Global, esteve nos complexos e classificou a ação como um massacre. Ela relatou denúncias de violações de direitos humanos e situações de barbárie.

Segundo Marinho, moradores foram obrigados a recolher cerca de 70 corpos. Ela afirmou que a falta de perícia no local e a condição de alguns mortos, encontrados com braços e pernas amarrados, sugerem indícios de execução.

A OAB do Rio de Janeiro e a Comissão de Segurança Pública da OAB de São Paulo repudiaram as ações e pediram investigação rigorosa. César Muñoz, diretor da Human Rights Watch (HRW) no Brasil, também pediu a atuação direta do Ministério Público Estadual na apuração.

Por Guilherme Jerônymo – Repórter da Agência Brasil - 20

da redação FM

Postar um comentário (0)
Postagem Anterior Próxima Postagem
Aos leitores, ler com atenção! Este site acompanha casos Policiais. Todos os conduzidos são tratados como suspeitos e é presumida sua inocência até que se prove o contrário. Recomenda - se ao leitor critério ao analisar as reportagens.