Moraes diz que Eduardo Bolsonaro intensificou ilícitos após tornozeleira em Bolsonaro

Moraes diz que Eduardo Bolsonaro intensificou ilícitos após tornozeleira em Bolsonaro

 Ministro do STF afirma que deputado licenciado aumentou ataques ao Supremo após medidas cautelares impostas ao ex-presidente, incluindo tornozeleira eletrônica.


      Valter Campanato/Agência Brasil



O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou neste sábado, 19 de julho de 2025, que o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) intensificou a prática de condutas ilícitas. Essa intensificação teria ocorrido após a imposição de medidas cautelares contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que incluem a instalação de uma tornozeleira eletrônica.

Novas Investigações e Sanções dos EUA

Em despacho, Moraes determinou que a Polícia Federal (PF) inclua no inquérito as postagens e entrevistas feitas por Eduardo Bolsonaro logo após a revelação das medidas cautelares contra o ex-presidente. “Após a adoção de medidas investigativas de busca e apreensão domiciliar e pessoal, bem como e imposição de medidas cautelares em face de JAIR MESSIAS BOLSONARO, o investigado EDUARDO NANTES BOLSONARO intensificou as condutas ilícitas objeto desta investigação, por meio de diversas postagens e ataques ao SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL nas redes sociais”, afirmou Moraes.

Essa foi a primeira manifestação do ministro em relação ao caso após o governo dos Estados Unidos ter anunciado o cancelamento do visto norte-americano de Moraes e de seus “aliados no STF”, além de familiares dos ministros da Corte. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou neste sábado contra a revogação dos vistos e prestou solidariedade aos ministros do Supremo.

Medidas Cautelares Contra Bolsonaro

Jair Bolsonaro teve a tornozeleira eletrônica instalada na sexta-feira, 18 de julho, por ordem de Moraes, decisão confirmada pela maioria da Primeira Turma do STF. O ex-presidente está proibido de sair de casa à noite, entre 19h e 6h, e nos fins de semana. Ele também não pode se comunicar com o filho Eduardo, nem com embaixadores de outros países, ou se aproximar de embaixadas e consulados.

O ex-presidente também foi alvo de busca e apreensão em sua casa e escritório profissional, na sede do PL, em Brasília. Foram apreendidos um pen drive escondido em um dos banheiros da residência, além de US$ 14 mil e R$ 8 mil em dinheiro vivo.

As medidas foram tomadas no âmbito de um inquérito aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). A investigação apura se Bolsonaro e Eduardo cometeram crimes como coação no curso do processo, obstrução de Justiça e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Isso se deve à atuação dos dois em prol de sanções contra autoridades brasileiras e o próprio país.

Na decisão de sexta-feira, que impôs as cautelares, Moraes citou o risco de fuga de Bolsonaro, apontado pela PF e PGR. O ministro também mencionou a necessidade de interromper a conduta ilícita de tentar intimidar o STF a arquivar a ação penal em que é réu por tentativa de golpe de Estado, além de outros quatro crimes. Moraes ainda mencionou que Bolsonaro confessou ter enviado R$ 2 milhões para que o filho se mantivesse nos Estados Unidos, para onde foi em março após licenciar-se do mandato.

Segundo a PF e a PGR, Eduardo Bolsonaro atua em nome do pai em Washington para convencer o governo dos EUA a impor sanções a autoridades brasileiras. O objetivo seria pressionar a Justiça do Brasil a arquivar a ação penal do golpe. Como prova, os órgãos apresentaram publicações de Bolsonaro e Eduardo desde março, que defendem as sanções e relatam reuniões com representantes do governo dos EUA. O caso está relacionado à taxação de 50% sobre produtos brasileiros nos EUA, anunciada por Donald Trump, que justificou a medida afirmando que Bolsonaro sofre uma “caça às bruxas” no Brasil.

Outro Lado

Após a instalação da tornozeleira eletrônica, Bolsonaro declarou que a medida visava sua “suprema humilhação” e negou qualquer plano de fugir do país. Em nota, a defesa de Bolsonaro afirmou que “recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário”.

Por Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil - 20

da redação FM

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