As três aranhas mais venenosas de Rondônia: Perigos, cuidados e importância Ecológica

As três aranhas mais venenosas de Rondônia: Perigos, cuidados e importância Ecológica

 

       Aranha-armadeira fêmea após matar outra da mesma espécie — Foto: Luciano Lima/TG


Porto Velho, Rondônia - O estado de Rondônia, situado na Amazônia brasileira, abriga uma diversidade significativa de espécies de aranhas, incluindo algumas das mais venenosas do mundo. Este artigo apresenta as características da aranha-marrom (Loxosceles), armadeira (Phoneutria) e viúva-negra (Latrodectus), explicando seus comportamentos, sintomas provocados pela picada, formas de prevenção e os primeiros socorros recomendados. Apesar da presença constante desses aracnídeos na zona urbana, mortes são raras e os acidentes podem ser evitados com medidas simples de precaução.

Com mais de 45 mil espécies descritas no mundo, as aranhas estão entre os aracnídeos mais numerosos e diversos (FOELIX, 2011). No Brasil, especialmente na Região Norte, a biodiversidade é elevada, e o estado de Rondônia, situado no coração da Amazônia, abriga entre mil e três mil espécies, segundo estimativas não oficiais de pesquisadores locais. Entre essas espécies, destacam-se três consideradas de alta relevância médica: aranha-marrom, armadeira e viúva-negra.

De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde de Rondônia, entre 2023 e 2025 foram registrados 622 acidentes envolvendo aranhas, resultando em três óbitos confirmados (SES/RO, 2025). Apesar disso, mortes por picadas são incomuns e, na maioria dos casos, os sintomas são tratados com eficácia quando há atendimento médico precoce.

Principais Espécies Venenosas de Rondônia

Aranha-marrom (Loxosceles sp.)

De pequeno porte, com cerca de 1 cm de corpo, essa aranha é também conhecida como aranha-violino, devido ao desenho característico no cefalotórax.

Comportamento: Não é agressiva. Tem hábitos noturnos e prefere locais escuros, como atrás de móveis, em entulhos ou madeiras empilhadas.
Veneno: A picada é geralmente indolor no início, mas pode evoluir para lesão necrótica. Os sintomas incluem febre, mal-estar, náuseas e dores musculares.

Risco: Alta possibilidade de necrose localizada e, em casos raros, complicações sistêmicas.

    Armadeira (Phoneutria sp.)

    É a aranha mais agressiva entre as citadas e pode atingir até 15 cm de envergadura. Conhecida popularmente como “macaca”, possui grande capacidade de movimentação e salta quando ameaçada.

    Comportamento: Noturna, costuma se esconder em troncos, entre folhas de bananeiras, cortinas, calçados e roupas.
    Veneno: Provoca dor intensa imediata, seguida de inchaço, vermelhidão e suor local. Pode afetar o sistema nervoso e, em casos extremos, levar a quadros sistêmicos.

    Risco: Alto potencial de gravidade em crianças e idosos.

      Viúva-negra (Latrodectus sp.)

      Menor que as anteriores, com cerca de 2 cm, é identificada pelo abdome arredondado e uma mancha vermelha em forma de ampulheta.

      Comportamento: Vive em locais sombreados e protegidos, como frestas, jardins e móveis. É mais ativa durante a noite e pode ser encontrada em grupos.
      Veneno: Sua neurotoxina pode causar tremores, dor abdominal, suor intenso, taquicardia e alteração da pressão arterial.

      Risco: Apesar da toxicidade elevada, raramente leva à morte, especialmente com atendimento rápido.

        Efeitos do Veneno e Tratamento

        As toxinas dessas espécies variam em composição e efeito. A Loxosceles possui veneno citotóxico; a Phoneutria, neurotóxico e excitotóxico; e a Latrodectus, neurotóxico. Em todos os casos, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível.

         Primeiros socorros recomendados

        Lavar a área com água e sabão;
        Manter a vítima calma e imóvel;
        Procurar atendimento médico imediatamente;
        Evitar uso de torniquetes, cortes ou substâncias caseiras;

        Se possível, capturar ou fotografar a aranha com segurança.

          Segundo Degra (2025), a identificação correta da espécie pode agilizar a aplicação do soro adequado e evitar complicações graves.

          Prevenção de Acidentes

          Medidas simples podem reduzir drasticamente o risco de acidentes:

          Manter quintais e jardins limpos, evitando acúmulo de entulho e folhas secas;
          Sacudir roupas, toalhas e sapatos antes de usá-los;
          Usar luvas e calçados fechados em locais de risco;
          Vedar frestas, buracos e instalar telas em ralos e janelas;
          Manter camas e berços afastados das paredes;

          Controlar a população de insetos, principal alimento das aranhas.

            O Ministério da Saúde recomenda atenção especial em áreas rurais e residências com pouco cuidado na limpeza e organização (BRASIL, 2023).

            Importância Ecológica das Aranhas

            Apesar do medo que causam, as aranhas são predadores fundamentais no ecossistema. Elas contribuem para o controle de pragas urbanas e agrícolas, como baratas e mosquitos, evitando desequilíbrios ecológicos e até o aumento de doenças.

            Além disso, servem de alimento para várias espécies, como aves noturnas, sapos, lagartos, macacos e até outros invertebrados.

            Destruir esses animais indiscriminadamente pode causar desequilíbrio ambiental e favorecer a proliferação de insetos vetores de doenças (TERASSINI, 2024).

            Considerações Finais

            As aranhas representam um risco real, porém controlável, à saúde pública em Rondônia. A informação correta, associada a ações preventivas, pode evitar acidentes e promover maior harmonia entre os humanos e o meio ambiente. O reconhecimento da importância ecológica desses aracnídeos é essencial para garantir sua preservação e o equilíbrio da biodiversidade amazônica.


            da redação FM

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