Foto; Divulgação/G1
Porto Velho, Rondônia — A tensão no Oriente Médio voltou a ganhar fôlego nesta terça-feira (17) após o governo de Israel anunciar que eliminou um alto comandante militar iraniano em uma operação classificada como “cirúrgica e de alta precisão”. Segundo fontes israelenses, o ataque foi realizado fora do território israelense, com o objetivo de neutralizar o general responsável por operações de inteligência e logística da Guarda Revolucionária Iraniana.
O Irã, por sua vez, respondeu poucas horas depois com um comunicado oficial afirmando ter destruído uma instalação ligada ao Mossad — a agência de inteligência israelense — localizada em território não divulgado. De acordo com a agência estatal IRNA, o ataque foi “legítima defesa” contra ações consideradas atos de guerra.
A identidade do militar iraniano morto não foi divulgada oficialmente por Israel, mas veículos de imprensa internacionais apontam que o alvo seria o general Hassan Mehri, supostamente envolvido em operações estratégicas do Crescente Xiita no Líbano, Síria e Iêmen. Autoridades iranianas não confirmaram a morte, mas prometeram "vingança severa".
Contexto do conflito
As relações entre Israel e Irã seguem deterioradas, sobretudo após o aumento de ações atribuídas ao Mossad dentro do território iraniano, bem como ataques com drones e mísseis em áreas de interesse estratégico para Teerã. O Irã acusa Israel de promover sabotagens em seu programa nuclear e assassinatos seletivos de cientistas e comandantes militares.
Desde abril, após um ataque mortal à embaixada iraniana em Damasco — amplamente atribuído a Israel —, Teerã vem endurecendo sua retórica, alertando para o que chama de “consequências imprevisíveis” em caso de novas ações ofensivas.
Repercussão internacional
A comunidade internacional acompanha os acontecimentos com apreensão. A Organização das Nações Unidas (ONU) apelou pela “máxima contenção” de ambas as partes. O secretário-geral, António Guterres, reiterou que “qualquer escalada pode mergulhar a região em uma guerra aberta de consequências devastadoras”.
Os Estados Unidos, aliados históricos de Israel, manifestaram apoio à segurança do Estado judeu, mas pressionam por moderação. A China e a Rússia, que mantêm relações com o Irã, condenaram o ataque israelense e convocaram reuniões emergenciais com seus representantes diplomáticos.
Possível escalada militar
Analistas de defesa temem que o atual cenário evolua para confrontos diretos, com envolvimento de milícias apoiadas pelo Irã, como o Hezbollah, e uma possível reação mais contundente da Força Aérea Israelense. O Ministério da Defesa de Israel colocou suas tropas em “estado de alerta máximo”, e reservistas foram convocados.
Em Teerã, manifestações populares tomaram as ruas com gritos de “morte a Israel” e “resposta imediata”. O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, convocou uma reunião do Conselho de Segurança Nacional e autorizou ações de retaliação “sem restrições geográficas”.
da redação FM