Porto Velho, Rondônia - Milhões de brasileiros ainda possuem dinheiro esquecido em bancos e instituições financeiras, segundo dados atualizados do Banco Central em 2025. O Sistema de Valores a Receber (SVR) permite que pessoas físicas e jurídicas consultem e resgatem recursos esquecidos, totalizando até o momento R$ 9,74 bilhões disponíveis para saque. Apesar do avanço nas devoluções, muitos beneficiários ainda não realizaram o resgate desses valores.
O SVR foi criado para facilitar o acesso a recursos esquecidos, como saldos de contas encerradas, tarifas cobradas indevidamente e cotas de consórcios. O serviço é gratuito e pode ser acessado de forma simples, exigindo apenas informações básicas para consulta. Para efetuar o saque, é necessário utilizar a conta Gov.br com níveis de segurança adequados, garantindo a proteção dos dados dos usuários.
Como funciona o Sistema de Valores a Receber?
O Sistema de Valores a Receber é uma plataforma digital desenvolvida pelo Banco Central para que cidadãos e empresas possam verificar se possuem valores esquecidos em instituições financeiras. A consulta pode ser feita informando o CPF e a data de nascimento, ou o CNPJ e a data de abertura da empresa. Não é necessário login para a etapa inicial, tornando o processo acessível para todos.
Após identificar a existência de valores, o resgate pode ser solicitado diretamente pelo sistema, desde que o usuário possua uma conta Gov.br nos níveis prata ou ouro, com verificação em duas etapas. Essa exigência reforça a segurança das operações e protege contra tentativas de fraude. Para herdeiros ou representantes legais de pessoas falecidas, é possível acessar o sistema mediante assinatura de termo de responsabilidade.
Quais tipos de valores podem ser recuperados?
O SVR contempla uma variedade de recursos financeiros que podem ser resgatados. Entre os principais tipos de valores disponíveis, destacam-se:
- Saldos de contas-corrente ou poupança encerradas;
- Cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito;
- Recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados;
- Tarifas e parcelas cobradas indevidamente em operações de crédito;
- Valores de contas de pagamento pré ou pós-pagas encerradas;
- Recursos em contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras já encerradas.

Como solicitar o saque dos valores esquecidos?
O processo de solicitação é simples e pode ser realizado de duas formas principais:
- Contato direto com a instituição financeira: O beneficiário pode procurar a instituição responsável pelo valor e solicitar o recebimento diretamente.
- Solicitação pelo Sistema de Valores a Receber: O pedido é feito online, mediante autenticação na conta Gov.br, e o valor é transferido para a conta bancária informada.
Quais cuidados tomar para evitar golpes relacionados ao SVR?
O Banco Central reforça a importância de atenção contra tentativas de fraude envolvendo o Sistema de Valores a Receber. O órgão esclarece que não envia links, não solicita dados pessoais por telefone ou mensagem e não cobra taxas para o resgate dos valores. Apenas a instituição financeira identificada na consulta pode entrar em contato com o beneficiário.
- Desconfie de mensagens ou ligações que peçam informações pessoais ou bancárias.
- Não compartilhe senhas ou códigos de acesso com terceiros.
- Utilize apenas os canais oficiais do Banco Central para consultas e solicitações.
Por que muitos brasileiros ainda não sacaram seus valores esquecidos?
Segundo estatísticas do Banco Central, até abril de 2025, mais de 51 milhões de beneficiários ainda não resgataram seus recursos. A maioria dessas pessoas tem direito a pequenas quantias, muitas vezes inferiores a R$ 10, o que pode explicar a baixa procura. Além disso, parte dos beneficiários desconhece a existência do serviço ou acredita que o processo seja complicado.
Com a ampliação das funcionalidades do SVR e a divulgação contínua das informações, espera-se que mais cidadãos e empresas acessem seus direitos e recuperem valores esquecidos no sistema financeiro. O serviço segue disponível e atualizado, promovendo transparência e facilidade no acesso aos recursos.
Fonte: O Antagonista
da redação FM