CPI das Bets é encerrada sem aprovar relatório final e sem pedir indiciamentos

CPI das Bets é encerrada sem aprovar relatório final e sem pedir indiciamentos

 


        Montagem com as fotos das influenciadoras Virginia Fonseca e Deolane Bezerra — Foto: Redes sociais/Reprodução

 


Porto Velho, Rondônia - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets foi encerrada nesta quinta-feira (12) sem a aprovação do relatório final apresentado pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). O documento, que sugeria o indiciamento de 16 nomes ligados à divulgação de casas de apostas, foi rejeitado por quatro votos a três em uma sessão esvaziada. Com isso, a CPI chega ao fim sem recomendações formais de punição ou envio de denúncias ao Ministério Público.

A CPI das Bets foi instaurada com o objetivo de investigar possíveis irregularidades no funcionamento de empresas de apostas esportivas no Brasil, sobretudo no que diz respeito à promoção dessas plataformas por influenciadores digitais e celebridades. A comissão funcionou durante sete meses no Senado Federal, colhendo depoimentos e documentos relacionados ao mercado que movimenta bilhões de reais no país.

 Rejeição do relatório final

O relatório apresentado pela senadora Soraya Thronicke sugeria o indiciamento de 16 pessoas, entre elas figuras públicas como as influenciadoras Virginia Fonseca e Deolane Bezerra, por supostos crimes ligados à publicidade de apostas sem regulamentação adequada.

A votação, realizada em uma sessão com poucos senadores presentes, teve o seguinte resultado:

Votos contrários ao relatório:

Angelo Coronel (PSD-BA)

Eduardo Gomes (PL-TO)

Efraim Filho (União-PB)

Professora Dorinha Seabra (União-TO)

Votos favoráveis ao relatório:

Soraya Thronicke (Podemos-MS)

Eduardo Girão (Novo-CE)

Alessandro Vieira (MDB-SE)

Com quatro votos contrários e três favoráveis, o relatório foi rejeitado e não será encaminhado a outros órgãos. Consequentemente, nenhum dos nomes citados será formalmente responsabilizado com base nas investigações da comissão.

Temas abordados e repercussão

Durante as investigações, a CPI analisou o crescimento do setor de apostas online, a legalidade dos contratos firmados entre plataformas e influenciadores e os impactos sociais da popularização das bets. A comissão também discutiu a necessidade de regulamentação da publicidade de apostas, especialmente voltada ao público jovem.

A relatora, Soraya Thronicke, afirmou que a rejeição representa "um retrocesso no combate a práticas ilícitas e à proteção do consumidor". Segundo ela, o relatório continha evidências suficientes para a responsabilização dos envolvidos.

Por outro lado, senadores contrários ao texto destacaram a ausência de provas concretas que justificassem os indiciamentos. “Não podemos transformar a CPI em um palco para julgamentos morais sem base legal”, afirmou o senador Angelo Coronel, um dos votos contrários ao relatório.

O encerramento da CPI sem recomendações ao Ministério Público ou à Polícia Federal marca um desfecho controverso para uma comissão que mobilizou atenção da mídia e da sociedade civil. O episódio evidencia as disputas políticas e econômicas em torno da regulação do setor de apostas, hoje em rápida expansão no país.

A ausência de responsabilização formal também reacende o debate sobre a efetividade das CPIs no Senado, especialmente em temas que envolvem personalidades públicas e grandes conglomerados financeiros.

Com o encerramento da CPI das Bets, o Senado Federal conclui uma investigação sem indiciamentos e sem efeitos práticos para os citados no relatório. Embora o tema das apostas esportivas continue em debate no Congresso Nacional, sobretudo por meio de projetos de lei que tratam da regulamentação do setor, o resultado da comissão expõe a complexidade política e jurídica do tema, além dos limites institucionais das CPIs quando não há consenso entre os parlamentares. 

da redação FM


Postar um comentário (0)
Postagem Anterior Próxima Postagem
Aos leitores, ler com atenção! Este site acompanha casos Policiais. Todos os conduzidos são tratados como suspeitos e é presumida sua inocência até que se prove o contrário. Recomenda - se ao leitor critério ao analisar as reportagens.